quarta-feira, 19 de setembro de 2007

camargos

�Camargos�



Camargos e como, segundo Carvalho Franco, eram chamados os membros de uma fam�lia, origin�ria da regi�o Cant�brica que se localizava nas montanhas de Burgos, norte da Espanha.

Permaneceram eles muito tempo na povoa��o de Camargo, de onde lhes veio o apelido, e desde o s�culo XII deram origem a novos ramos que se tornaram fundadores de outras tantas casas espalhadas pela Espanha, por quase toda Europa e, finalmente, na Am�rica. Espalharam-se de forma t�o acentuada em seu pa�s de origem, que em sua linhagem se contam grandes militares, aventureiros, dignit�rios, eclesi�sticos e seculares. Bras�es com suas armas foram encontrados esculpidos em muitos monumentos e descritos em v�rios tratados que se preocuparam com este assunto, desde o s�culo XIV, de que data a sua mais remota refer�ncia.

Entre os Camargos houve guerreiros cujo renome consta de v�rios documentos. Alguns ocuparam cargos de relevo junto � corte da Espanha, outros sobressa�ram-se nos descobrimentos mar�timos e na conquista da Am�rica. Assim � que vamos encontrar um Camargo envolvido nas lutas pela conquista da regi�o de Panuco, outros como Governador da Jamaica, ou ainda outro participando do epis�dio sangrento da feroz luta pela posse da Fortaleza de Vilcabamba defendida heroicamente pelos INCAS, no Peru.

Destes Camargos o primeiro a chegar a Am�rica sup�e-se ter sido D. AFONSO DE CAMARGO, a respeito de cujas aventuras Silva Leme nos conta que por volta de 1539 empreendeu uma viagem ao Peru, atrav�s do estreito de Magalh�es, e ao cabo de in�meras perip�cias alcan�ou o Porto de Arequipa.

Os nossos genealogistas apontam-no como sendo relacionado, por parentesco direto, com o nosso tronco paulista pela qual parece-nos importante detalhar de forma mais ampla seus antecedentes hist�ricos.

Em 1529 D. Izabel, da Espanha, doou ao fidalgo portugu�s D. Sim�o de Alcacovas e Soutomaior, duzentas (200) l�guas de terras tendo como limites mais importantes o povoado de Chincha e o Estreito de Magalh�es.

Essa �rea recebeu o nome, previamente designada, de �Prov�ncia de Nova Le�o� e abrangia as regi�es compreendidas entre a Patag�nia, a Terra do Fogo e o Sul do Chile.

Carvalho Franco registra a exist�ncia de dois documentos publicados na �ntegra por Pablo Pastells, sendo que no primeiro se cont�m a narra��o do escriv�o da corte, Affonso de Veedor , e no segundo informa��es atribu�das a Lopez de Gomara.

Neste segundo documento est� contida a narrativa de um epis�dio tr�gico de conquistadores Espanh�is do s�culo XVI, onde se l� que o chefe da expedi��o �N�o soube levar nem se valer da sua gente e assim o mataram a punhaladas, dez ou dozes dos seus, no Cabo de S�o Domingos antes de chegar no Estreito�. Este fragmento de narrativa refere-se nada mais, nada menos, �s ocorr�ncias da viagem do fidalgo portugu�s, D. Sim�o de Alcacovas e Soutomaior que pertencia � corte do Rei Carlos V, e cujo nome atr�s mencionamos. Por ter feito a seus homens promessas e n�o poder cumprir, foi acossado pelos marinheiros amotinado autor do seu tr�gico fim.

D. Sim�o de Alcacovas e Soutomaior era ligado por la�os de parentesco com D. Francisco de Camargo, natural e residente em Plac�ncia, ao qual coube, por heran�a, a mesma terra doada por D. Izabel, no extremo �Sul da Am�rica�.

As referidas terras, herdadas por D. Francisco de Camargo, tiveram seu foral lavrado a 6 de novembro de 1536, em Valladolid e a 8 de dezembro, o novo propriet�rio foi nomeado Governador destas terras. Com os t�tulos de Adentado e Aquazil-Mor com a dignidade de CONDE. T�o logo essas formalidades de legaliza��o das terras e os t�tulos foram lavrados, D. Francisco de Camargo e o seu irm�o D. Guterrez de Carvajal, o Bispo de Plac�ncia, trataram logo de organizar uma expedi��o colonizadora, com o intuito de povoar a regi�o.

Conhecem-se muitos documentos a que tratam dos preparativos desta expedi��o; por�m, da viagem propriamente dita e dos motivos que determinaram o seu insucesso n�o existe quase nada nos arquivos de Sevilha e tampouco nos de Plac�ncia. Com refer�ncia tamb�m aos historiadores das �ndias, o que se conhece informa Carvalho Franco � apenas um di�rio incompleto, pertencente � Capit�nia de uns dos navios da expedi��o, da qual foi �nico que logrou retornar � Espanha.

Sabe-se, segundo os documentos referentes aos preparativos de tal armada, que era ela composta de quatro naus e passara � hist�ria como A Armada do Bispo de Plac�ncia, visto ter sido D. Guterrez de Carvajal que arcou com a maior parte dos gastos.

A expedi��o, diz Carvalho Franco, foi organizada em Sevilha por D. Affonso de Camargo, parente de D. Francisco de Camargo, por�m nenhum tratado geneal�gico Espanhol que tenha sido impresso cont�m o t�tulo �Camargos� sendo por essa raz�o muito dif�cil se estabelecer o grau de parentesco entre eles.

Os dados a respeito de D. Francisco de Camargo foram extra�dos de manuscritos datados todos do s�culo XVIII, onde sob o t�tulo de �Camargos de Plac�ncia� a ele se faz refer�ncia. Tais manuscritos se encontram no arquivo Catedral�cio da cidade de Plac�ncia e t�m sido atribu�dos a D. Gon�alo Abarrota. Uma c�pia deles foi cedida ao Brasil por aten��o do reverendo Gabriel de Lorente, antigo professor do col�gio dos Marianos de Plac�ncia.

Nas Cartas das �ndias continua Carvalho Franco, se diz que a Armada do Bispo de Plac�ncia zarpou de Sanlucar sob o comando de D. Affonso de Camargo. Documentos coevos, no entanto, afirmam que D. Affonso de Camargo n�o podendo acompanhar a armada delegou poderes ao Comendador do hospital Real, Frei D. Francisco da Ribeira, que por carta r�gia de 25 de julho de 1539, foi nomeado General e Governador da expedi��o, sendo confiado o comando de naus a D. Affonso de Camargo.

A capitania teve como mestre Miguel de Arag�o, piloto Portugu�s que j� havia empreendido v�rias travessias do Atl�ntico, ficando a �ltima nau sob o comando do Capit�o Gon�alo de Alvarado.

A 19 de setembro de 1539 a armada j� havia largado Sanlucar de Barrameda. Sabe-se, atrav�s das informa��es deixadas por Pablo Pastells e por Viaena, que a navega��o processou-se diretamente ao Estreito de Magalh�es e que ele adentrou a 20 de janeiro de 1540 e ap�s dois dias perdeu-se a nau capitania.

A nau que Alvarado tentou, inutilmente, resgatar os n�ufragos, pois o desastre foi total, perdeu toda equipagem inclusive o Governador da expedi��o D. Francisco de Ribeira.

A nau de Alvarado, segundo as parcas informa��es j� mencionadas, ap�s v�rios meses sem destino, retornou � Espanha.

Sobre os navios comandados por D. Affonso de Camargo, sabe-se que um naufragou em lugar desconhecido, enquanto o outro, o de D. Affonso conseguiu atravessar o estreito, ganhando o oceano Pac�fico e alcan�ando o litoral do Peru adentrando o Porto de Quilca, na prov�ncia de Arequipa.

� importante assinalar aqui, que ap�s a c�lebre travessia de Fern�o de Magalh�es, D. Affonso de Camargo foi o segundo navegador a realizar tal proeza.

Em julho de 1541, recebeu not�cias na Espanha, relatando o fracasso total da expedi��o. Desanimado sob o impacto das elevadas somas absorvidas pelo malogrado empreendimento, do qual resultaram severos preju�zos para si e para o seu irm�o o Bispo de Plac�ncia, e j� combalido em sua sa�de, escreveu seu testamento, vindo a falecer por volta de novembro de 1546 em Madri.

Quanto a D. Affonso de Camargo sabe-se pelas �Cartas das �ndias� que permaneceu no Peru, envolvendo-se nas lutas de conquistas, e por ter se indisposto com o grupo de Gon�alo Pizarro, foi v�tima de uma conspira��o que teve como ep�logo o seu assassinato por um tal de Francisco de Carvajal, em 1546.

O que foi relatado at� aqui, tomando por base o livro de Carvalho Franco, e tudo que me foi poss�vel coletar sobre os membros que antecederam o primeiro �CAMARGO� que veio ter a Vila S�O PAULO.

Reproduzindo aqui as informa��es de Silva Leme em sua monumental �Genealogia Paulistana��, a fam�lia Camargo teve princ�pio em� �JUSEPE DE CAMARGO�, vindo � capitania de S�o Vicente na �ltima parte do s�culo XVI, filho de Francisco de Camargo e de Gabriela Ortiz, naturais da regi�o de Castella da Espanha. Lu�s Dias de Camargo e Beatriz de La Pe�a foram seus av�s paternos.

Silva Leme explica que essa ascend�ncia encontrou-a ele em um manuscrito datado do s�culo XVIII, da lavra de um filho do Capit�o Diogo Gon�alves Moreira, e que o ramo de que trata era oriundo de Sevilha sendo o mesmo que pertenceu o c�lebre navegante Espanhol D. Affonso de Camargo.

Al�m dessa informa��o transmitida por Silva Leme, conhecemos uma outra de punho de Roque Lu�s Paes Leme, filho do Guardamor e Comendador Pedro Dias Paes Leme, e C�nego Chantre da matriz de S�o Paulo.

Em seus manuscritos consignou ser JUSEPE DE CAMARGO, ou historicamente �JOS� ORTIZ DE CAMARGO�, natural de Castr�jeriz, prov�ncia de Burgos/Espanha, e filho de Francisco de Camargo e de Gabriela Ortiz.

Aquele eclesi�stico, segundo nos informa Carvalho Franco, deixou v�rios manuscritos sobre genealogia dos quais os mais conhecidos s�o as mem�rias geneal�gicas das capitanias da Bahia e Pernambuco e a Nobiliarchia Brasiliense que existe na biblioteca nacional. Neste �ltimo, que � datado de Lisboa aos 5 de fevereiro de 1792, confessa haver extra�do a maior parte das informa��es das mem�rias do Sargento-Mor Pedro Taques de Almeida Leme.

Acreditamos que esta sua asser��o deve ter sido baseada no t�tulo, hoje perdido, do insigne linhagista Pedro Taques .

Passando a palavra a Azevedo Marque, ficamos sabendo que Jos� Ortiz de Camargo veio ter a capitania de S�o Vicente por volta de 1583. Por�m, nos documentos oficiais da c�mara dos vereadores da Vila de S�o Paulo, ele aparece mencionado pela primeira vez em 1587, contrapondo-se j� ao prestigioso Antonio de Proen�a, e dando azo a se afirmar que devera se achar fixado no Caminho do Mar, onde tamb�m, a esse tempo, andava estabelecendo o que foi seu sogro, Domingos Luiz �O Carvoeiro�.

E tido como certo, muito embora, n�o esteja relacionado na lista de Pablo Pastells, e muito menos conste de sua exist�ncia no arquivo de Sevilha, que Jos� Ortiz de Camargo veio para o Brasil na armada de Diogo Flores Valdes.

Esta armada tinha como objetivo outra tentativa de coloniza��o da j� aventurada Prov�ncia de Nova Le�o, apesar de n�o estar relacionado seu nome na lista de Pablo Pastells, sabemos, atrav�s de Pedro Taques que muitos outros nomes, que pertenciam ao meio social da Vila de S�o Paulo, no s�culo XVI, e � certo, por informa��es coevas, que se referem a pessoas que vieram na armada de Valdes, igualmente n�o constam na lista de Pastells. Podemos citar os seguintes nomes: Antonio Raposo �O VELHO� (Pai de Antonio de Raposo Tavares) que era natural de Beja, Alentejo, e casado com Antonia Peralta em Castella; Bartholomeu Bueno da Ribeira e outros.

J� Bartholomeu �O SEVILHANO�, veio com Valdes e est� relacionado na lista de Pastells.

Para melhores esclarecimentos sobre a rela��o entre esta armada e as pessoas existentes em documentos da C�mara de S�o Paulo � necess�rio identificar os membros e os prop�sitos da referida empresa Diogo Flores Valdes era Asturiano e tinha o t�tulo de Capit�o General das Costas do Brasil, sua armada, como ficou dito no come�o, destinava-se � coloniza��o de Nova Le�o, j� alvo da malograda empresa na qual D. Francisco de Camargo e seu irm�o, o Bispo de Plac�ncia perderam consider�veis somas.

Como ironia do destino, encontrava-se nesta outra expedi��o, de iguais prop�sitos, um seu descendente, que outro n�o era sen�o Jos� Ortiz de Camargo.

Diogo Flores Valdes, ao se aproximar do litoral Brasileiro, teve sua armada �s voltas com s�rios problemas, tais como, doen�as, falta de v�veres e outras priva��es. Tanto assim que Aureliano Leite, citando Azevedo Marques, diz que o Capit�o-Mor Jeronymo Leit�o ordenou que os moradores de S�o Vicente fornecessem a Valdes e � sua gente duzentas reses, as quais foram negadas pelos moradores. Em consequ�ncia destas atribula��es, parte da armada havia tocado no Porto de Santos e parte no Porto de S�o Sebasti�o do Rio de Janeiro.

Em Santos, v�rios integrantes desta armada, entre os quais Jos� Ortiz de Camargo, Bartholomeu Bueno da Ribeira �O Sevilhano�, estiveram acampados, ali, por alguns meses. Esta estadia prolongada serviu para um estreitamento de rela��es com o pessoal da terra, concorrendo esta circunst�ncia para que quando a armada retornasse o seu curso, ocorresse uma grande deser��o.

Como consta em Ata da C�mara de S�o Vicente, datada de 9 de novembro de 1583, houve uma tentativa de captura dessas pessoas, atrav�s de um mandato expedido energicamente pelo Capit�o-Mor Jeronymo Leit�o, mas embalde, porque o estreitamento com os moradores, e talvez outros interesses, fizeram com que estes a�oitassem os desertores em suas pr�prias moradas.

Entre eles encontravam-se os de apelidos: �Madeira, Camargo, Barreg�o, Ribeira, Bueno, Godoy,� e, muitos outros, que mais tarde ir�o aparecer no meio social da Vila de S�o Paulo de Piratininga.

Jaboat�o narra um triste epis�dio, relacionado com a estadia de Valdes que � o seguinte: existia no Convento da Luz, o mesmo que foi erguido por Domingos Luiz e sua esposa, um piedoso e estimado Frade, que pelo simples fato de pedir uma esmola a um dos marinheiros da armada, foi por ele, covardemente apunhalado. Acredita-se que esta a��o violenta prendeu-se ao profundo recalque, com certeza, que este marinheiro possu�a por ter um defeito em uma das pernas, e provavelmente tenha recebido o pedido do Frade como uma zombaria. Fato � que, este talvez tenha sido o primeiro crime civil ocorrido no planalto, pois � o primeiro das quais podemos aquilatar a grande repercuss�o e tristeza que o mesmo provocou entre os moradores.

Ap�s esses in�meros incidentes, a Diogo Flores Valdes, nada restou, a n�o ser retornar seu curso com a armada desfalcada, cujos �xitos fogem, todavia ao escopo deste trabalho.

Terminada a exposi��o do que se sabe sobre a origem do apelido �CAMARGO�, e as circunst�ncias que se deram � chegada deste tronco ao Brasil � objetivo prec�puo deste esbo�o geneal�gico, relacionar as gera��es que nos ascenderam.

Quero tamb�m deixar registrado, que este trabalho s� foi poss�vel, gra�as � colabora��o de Luciano Camargo de Oliveira Pinto, o qual tem como seu quarto av� o Capit�o Joaquim de Camargo Penteado.

Demais mat�rias, tiradas em livros de genealogia e hist�rias de S�o Paulo, dos autores, que nomeamos a seguir: Luiz Gonzaga Silva da Silva Leme, Francisco de Assis Carvalho Franco, Alfredo Ellis Junior, Jos� de Alc�ntara Machado, Affonso D�E Taunay, Jaime Cortezano e Aureliano Leite.




AMAURY HERCULES FERRAZ DE CAMARGO



Ja�, 10 de abril de 1.998.










� Tronco �
�Jos� Ortiz de Camargo�

Jusepe de Camargo





Como citado anteriormente, Silva Leme nos forneceu os seguintes dados sobre a ascend�ncia do tronco da FAM�LIA CAMARGO: �JOS� ORTIZ DE CAMARGO ou JUSEPE DE CAMARGO� como assinava na maioria das vezes, chegou � Vila de S�o Paulo no �ltimo quartel do S�culo XVI, filho de Francisco de Camargo e de Gabriela Ortiz, ambos naturais da Espanha, regi�o Castellana, cidade de Castr�jeriz, ao lado de Burgos. Foi ele neto, pelo lado paterno, de Lu�s Dias de Camargo e de Beatriz de La Pe�a.

Na Vila de S�o Paulo, Jusepe de Camargo, casou-se com Leonor Domingues, filha de Domingos Luiz, �O Carvoeiro de Alcunha�, e Anna Camacho (filha de Bartholomeu Camacho e Catarina Ramalho, esta filha de Jo�o Ramalho e Izabel Dias, esta, filha do Cacique Tibiri�a, que antes do batismo, chamava-se M�bicy).

Sobre este �ltimo casal � necess�rio registrar que eram pessoas voltadas para as pr�ticas piedosas e muito apegadas a lides de igreja, tendo sido os fundadores de uma capela, cujo orago era Nossa Senhora da Luz, que, com o passar dos anos, deu origem ao atual Convento da Luz (Igrejas de S.Paulo, de Leonardo Arroyo, p�g. 3 � 1. Livro do Tombo da S�, p�g. 15, arquivo da C�ria metropolitana ).

Jusepe Camargo era concunhado de Amador Bueno da Ribeira, porque este ultimo tamb�m era casado com uma filha de Domingos Luiz, de nome Bernarda Luiz. Essas duas fam�lias participaram do sangue de �JO�O RAMALHO�, ascendente de Anna Camacho. Este lend�rio cacique foi o bra�o direito de �Pe. ANCHIETA�, sem cujos pr�stimos, sua miss�o teria sido mais dif�cil.

Atrav�s das atas da c�mara dos vereadores da Vila de S�o Paulo, foi poss�vel tra�ar um perfil da personalidade de Jusepe de Camargo. Foi ele um pol�tico h�bil, esp�rito aguerrido, ardoroso defensor da utiliza��o do bra�o ind�gena como escravo, em benef�cio dos colonos. Demonstrou possuir um car�ter intransigente. Ali�s, me parece, que este tra�o tem acompanhado seus descendentes de linha direta h� quase quatro s�culos.

Tudo nos leva a crer que Jusepe de Camargo foi sempre um homem, cujas atividades desenvolveram-se mais dentro do �mbito cidadino do que propriamente nas lidas do sert�o. Esta hip�tese se nos configura prov�vel devido seu nome n�o constar como participante de qualquer das primeiras entradas levadas a cabo, pelo capit�o-mor Jer�nimo Leit�o, com a finalidade de reduzir os �ndios Carij�s.

Por volta do per�odo de tempo que compreende 1590 a 1592, a Vila de S�o Paulo foi assediada por �ndios refrat�rios a catequese, e de acordo com as primeiras atas da c�mara, Jusepe de Camargo teve participa��o ativa, comparecendo como uma das principais figuras na organiza��o da defesa da Vila de S�o Paulo, que na �poca era constitu�da do col�gio dos Jesu�tas e umas poucas casas de colonos, sem falar em algumas propriedades rurais mais afastadas.

Em 1592 foi eleito Almotacel, e figura a essa mesma �poca em um protesto dirigido ao Capit�o-Mor sobre quest�es de localiza��o de domic�lio, contrapondo-se ao prestigioso Ant�nio da Proen�a.

Em 1595 ganha a elei��o para Juiz Ordin�rio. Por volta de 1598 temos not�cias que Jusepe de Camargo residia nos arrebaldes de S�o Paulo, sendo vizinho de Diogo Fernandes.

Dentro do quadro pol�tico da �poca, temos informa��es de que ao findar o s�culo XVI liderou a organiza��o de grupos, cuja finalidade era a minera��o do ouro e da prata, empreendimento este, que era suportado, financeiramente, pelo chefe da casa dos Souza Prado, sem, contudo precisar ir para o sert�o.

No alvorecer do s�culo XVII, 1602, precisamente, foi eleito vereador, tendo seu mandato sido renovado no ano seguinte. Por volta desta mesma �poca foi membro destacado de uma junta eleita Por determina��o do Provedor da Fazenda Real, Luiz D�Almada Montarroio, com a responsabilidade de classificar e registrar os �ndios pegados no sert�o pela entrada de Nicolau Barreto.

� de se notar que o prest�gio de Jusepe de Camargo era t�o grande quanto ao das figuras importantes daquele tempo, tais como Fernando Dias Paes e Ant�nio da Proen�a e outros.

Jusepe de Camargo, como j� foi dito, era pessoa muita bem relacionada no cen�rio pol�tico da �poca, do que � exemplo uma passagem na qual figura como personalidade central. Trata-se de uma ata da C�mara datada de 22 de agosto de 1603, na qual consta que o procurador do conselho, Jo�o De Sant�Anna, se lastima diante dos demais membros, por julgar que Jusepe de Camargo havia abusado de sua boa f�, ao agir de modo parcial, com intuito de servir a um seu amigo particular, o ent�o Capit�o-Mor Diogo Lopes de Castro.

A 17 de mar�o de 1607, temos outra not�cia de Jusepe de Camargo. Foi ele nomeado por provis�o do governador-geral Diogo Botelho ao cargo de Juiz de �rf�os da Vila de S�o Paulo. Em 1612 � eleito novamente Juiz Ordin�rio.

Jusepe de Camargo foi um dos destacadas cabe�as do movimento encetado para expulsar os Jesu�tas, em consequ�ncia de quest�es relativas ao escravismo Ind�gena.

Para ter-se uma id�ia mais ampla do que foi este movimento e suas raz�es e repercuss�es, tracem um esbo�o do que realmente sucedeu:

D. Francisco de Souza, quando governador-geral das capitanias do Sul, preocupou-se mais com descobertas de Fil�es Aur�feros, n�o se interessando muito pelas demais necessidades que envolviam a govern�ncia. Foi ele muito chegado �s ordens religiosas e influenciado pelos �ltimos, refreou quando lhe foi poss�vel �s investidas escravagistas dos colonos. Ap�s seu desaparecimento, seu filho D. Lu�s de Souza Henriques, movido j� por outros interesses, afroxou este controle.

Por essa �poca, em S�o Paulo como em outras regi�es do Brasil que possu�am n�cleos de coloniza��o existia um certo descontentamento por parte dos colonos devido ao usufruto parcial dos Jesu�tas pela m�o-de-obra ind�gena. Pois os Jesu�tas acobertados pelos objetivos catequistas, aos poucos, estavam com o monop�lio do Bra�o Gentil sobre seu controle.

Pois bem, onde n�o h� gozo equitativo de direitos, existe a insatisfa��o. O referido fato foi, aos poucos, impregnando o �nimo dos colonos, que reagiram contra aquele monop�lio injusto no tocante � utiliza��o de direitos, muito embora este t�o cobi�ado privil�gio fosse indigno para ambas as partes sob o aspecto moral inerente ao pr�prio escravismo.

Para abrandar tais ten��es, a metr�pole sancionou a lei de 10 de setembro de 1611, criando para o governo civil das aldeias um Capit�o para manter a ordem e organizar o uso do bra�o ind�gena, o que de certa forma revogava em parte a proibi��o das entradas de redu��o ind�gena.

Tal afrouxamento foi o suficiente para que os Paulistas recrudescessem de tal forma em suas investidas �s redu��es Jesu�ticas de Gua�ra e Tape que n�o tardou uma reclama��o en�rgica do Governador do Paraguai.

Os jesu�tas a seu turno n�o queriam abrir m�o do antigo privil�gio, coisa que, de certa forma, irritava os colonos, acirrando-lhes os �nimos e levando-os a constantes desentendimentos.

A 10 de julho de 1612, conforme consta em Ata da c�mara da Vila de S�o Paulo, os vereadores reuniram-se com os homens de destaque do governo e do meio social, sob a Presid�ncia de Jusepe de Camargo o qual exp�s o fato de que, muito embora D. Luiz de Souza houvesse permitido em parte a utiliza��o do bra�o ind�gena pelos colonos, os Jesu�tas a isso se contrapunham, induzindo os ind�genas a se rebelarem em zombarias contra o poder dos Capit�es.

Cerca de sessenta e oito potentados da capitania assentaram que tal estado de coisas deveria ser mudado. Provid�ncias en�rgicas acreditam, devem ter sido tomadas, pois ap�s esta reuni�o durante um lapso de vinte anos n�o ocorreu intromiss�o por parte dos jesu�tas nesta quest�o ind�gena.

A essa �poca Jusepe de Camargo atingia seu apogeu na Capitania e a 1613 na ata inicial do novo mandato encontra-se assentado que os oficiais se ajuntaram nas pousadas do vereador mais velho, Gon�alo Madeira, por estar a� a caixa do conselho e determinaram que servisse de Almotacel Estevam Gomes Cabral. Por casado de pouco com a filha de Jusepe de Camargo que � pessoa da governan�a da terra e ele ser contente se desse � vara ao dito genro.

Neste mesmo ano de 1613, Jusepe de Camargo figurou como procurador de seu sogro, Domingos Luiz, �O Carvoeiro� no invent�rio de Domingos Luiz, �O MO�O�.

Pela maneira com que se conduziu neste processo, conforme c�pia de um fragmento que anexamos a este trabalho, denunciando a sonega��o de bens aos menores netos de Domingos Luiz, �O Carvoeiro� conclu�mos da� que Jusepe de Camargo devia ser pessoa letrada e possuidora do conhecimento das normas jur�dicas vigentes naquela �poca.

A partir de 1613 Jusepe de Camargo n�o mais tomou parte ativa na pol�tica de S�o Paulo.

Segundo informa��es do C�nego Roque Lu�s, ele veio a falecer em 1619, e sua mulher Leonor Domingues a 11 de novembro de 1630, ficando do casal, segundo Silva Leme, com base em documentos do arquivo do estado de S�o Paulo, cart�rio de �rf�os e da c�ria metropolitana, oito filhos. Posteriormente, Carvalho Franco descobriu, ao pesquisar nos arquivos da c�ria, um nono filho.
O Casal teve os filhos abaixo relacionados:





1- �FERN�O DE CAMARGO� - �O TIGRE� � Este constitui o segundo elo da cadeia dos meus andecedentes; casado com MARIANA DO PRADO, filha de Jo�o de Santa Maria e Felipa do Prado; faleceu em 29 de dezembro de l679;

2- JOS� ORTIZ DE CAMARGO �O MO�O� � Promotor em primeiro grau na luta entre os partidos dos Pires e Camargos, foi casado antes de 1630 com Aria Antunes, vindo a falecer a 23 de julho de 1663;

3- FRANCISCO DE CAMARGO, casado em 1637 com Izabel Ribeira e falecido a 1� de junho de 1669. Este foi Capit�o e lugar-tenente de Francisco Pedroso Xavier na grande bandeira para conquista de Vila Rica do Espirito Santo, antiga reduto de �ndios dos jesu�tas Espanh�is;

4- MARCELINO DE CAMARGO, casado em 1639 com Maria Ferreira Pimentel de Tavora e falecido a 16 de junho de 1684;

5- JER�NIMO DE CAMARGO, casado posteriormente a 1640 com Anna Cerqueira e falecido nos princ�pios de 1700. Jer�nimo de Camargo foi fundador de Atibaia (SP).

6- GABRIELLA ORTIZ DE CAMARGO, casada em1613 com Estevam Gomes Cabral e falecida antes de findar 1677.

7- MARIANA DE CAMARGO, casada em 163l em primeiras n�pcias com Bartholomeu Bueno da Ribeira, �O Mo�o�, que juntamente com Rodrigues Arz�o, foi um dos primeiros descobridores de ouro nas Minas Gerais;

8- ANNA MARIA DE CAMARGO, casada com o not�vel bandeirante Cl�udio Furquim, �O Francez�;

9- IGNACIO DE CAMARGO, casado em 1639 com Maria Lu�s e falecido em 1684.










































HIST�RICO:









O s�culo XVII ficou marcado pela atua��o dos bandeirantes, desbravadores que saiam � frente de pequenas comitivas para explorar terras virgens, em busca de �ndios e minerais preciosos. A maioria das expedi��es partia de S�o Paulo e a rota mais procurada era a que levava aos tesouros das �Minas Gerais�. Tratava-se de uma viagem longa e �rdua, que requeria muitas paradas para descanso e reabastecimento. A primeira delas, ainda nas proximidades de S�o Paulo, ficava numa colina banhada por um rio que os �ndios chamava de �Tubaia� ou �Atubaia�(�gua agrad�vel ao paladar).

Por�m, entre os bandeirantes que chagaram a Paragem do Atubaia, destacou-se Jer�nimo de Camargo, descendente de umas das mais conhecidas fam�lias da �poca. Profundo conhecedor de toda a regi�o, acabou por fixar-se no local: fundou uma fazenda de gado e, no alto da colina, construi uma capelinha sob a invoca��o de S�o Jo�o Batista. Isso aconteceu em 1665.

Nesta mesma �poca, o padre Matheus Nunes da Siqueira chegou do sert�o com um grupo de �ndios Guarus catequizados e, por ordem da C�mara de S�o Paulo, instalou-os ao lado do s�tio S�o Jo�o Batista. O pequeno n�cleo confirmou-se, ent�o, como para obrigat�ria para quem seguia em dire��o a Minas Gerais e o povoado come�ou a desenvolver-se lentamente.

Em 1679, a igrejinha passou a ser capela curada � isto �, recebeu a visita do Padre Provincial, que celebrou missa e presenteou o fundador com �4 cambadas de peixe salgado e 3 queijos�. Jer�nimo de Camargo faleceu em Jundia�, no princ�pio de 1707, mas seus descendentes deram continuidade ao trabalho nas fazendas de gado e � luta pela emancipa��o do vilarejo. Finalmente, por alvar� de 13 de agosto de 1747, a aldeia tornou-se �freguesia� e assim nasceu o distrito de S�o Jo�o de Atibaia (ou Tybhaia, conforme a grafia da �poca).

Os dados foram enviados pela C�mara Municipal de Atibaia, em 25 de maio de 1998.






















�Fern�o de Camargo�

O Tigre



...Estos Portuguezes de Sam Pablo vivem sim freno del respeito y del temor del castigo de los Governadores del Brasil.

Son gente como sublevada y foragida que tienen por costumbre cometer entradas y robos en las Porvincias de nuestra corona. Por la grande distancia que se hallan de La Vahya de Todos Los Santos, sitios onde reside el Governador General del Brasil, apenas le reconocen y obedezen,vivendo com grande desenfrenamiento, falta de respecto y amor a la justi�a.

Quando las audiencias embian algun oydor a castigar oydor a castigar delinquentes suelen despedir le con amenazas.

Es considerabilismo el numero de indios que tienen en sus haziendas. En las tareas de estos consiste sumayor caudal, engrado que en los casamientos, el dote ordinario y comum es decien indios�. Trecho de uma carta escrita pelo Abade Giovanni Domenico Maserati, embaixador de Espanha em Lisboa e endere�ada a CARLOS II em 1678.

...Os moradores de S�o Paulo vivem como quazi a lei da natureza e n�o guard�o mais ordens que aquella que conven a sua convenniencia e assy sera mui dificultozo obrar com elles couza algua tocante ao particular de indios e gentio.

Meneses, Governador do Rio de Janeiro, � DOM PEDRO II de Portugal em 169l.



...O segundo erro de D. Rodrigo de Castel Blanco, constituiu na presen�a da infantaria de linha que levava este homem, ou fosse para se introduzir e obedecer, se os Paulistas, o n�o quisessem admitir, ou para acompanharem ao sert�o.

Se para se introduzir e fazer obedecer, no caso que os Paulistas o repugnassem, nem cem vezes os 50 soldados que levava, o poderiam meter na vila de S�o Paulo, porque os serros a defendem por todas as partes, seus moradores de grande valor e const�ncia em causa p�blica, e todos na ultima desespera��o, s�o incosquist�veis.

E ciomo o nome de infantaria para elles he abomin�vel, e introduzida essa primeira, poder�o Ter entre si, a despozicam, de toda amais, seria muito para temer que o n�o deixassem subir a serra, e ir a villa.

Esse era para authoridade de sua pessoa e execu��o de suas ordens, com a mesma infantaria se o impossibilitava intento porque quanto he mayor a authoridade que se funda em levar soldados, he mayor o escrupulo daquelles E como os governadores desta pra�a n�o t�m naquelas capitanias jurisdi��o, apenas abserv�o algua ordem do Governo Geral�. Trecho de uma carta escrita por Luiz C�sar de por cuja causa os levam, e destes lhes podia nascer � desconfian�a de se considerarem dominados, quando todo o estudo dos Paulistas he a conserva�am da sua liberdade.

Para o acompanharem ao sert�o at� a serra de Sabarabussu, n�o tinha para isso pr�stimo infantaria alguma no Brasil, n�o sendo Paulistas, como a experi�ncia tem mostrado�. SIC.

Carta escrita por Antonio Paes de Sande, governador do Rio de Janeiro, a D. Pedro II de Portugal, sobre as pesquisas da minera��o, e as causas do fracasso da expedi��o de D. Rodrigo de Castel Blanco em 1663.

Os trechos das missivas aqui transcritas nos levam de certa forma, a conhecer o comportamento do meio social e a personalidade marcante dos Paulistas ao tempo do Capit�o Fern�o de Camargo, cuja alcunha de �O TIGRE�, leva-nos a imaginar quanto terr�vel deve ter sido este nosso avoengo.

Pois bem, ap�s reunir todas as informa��es que consegui amealhar atrav�s das pesquisas feitas em diversas obras de genealogia e hist�ria do Brasil, procurei disp�-las de forma a permitir ordenar as pegadas deste homem que, com sua valentia e dom�nio dos sert�es, nos assegurou juntamente com muitos outros not�veis Bandeirantes, este territ�rio imenso do Brasil.

Como vimos na rela��o dos filhos do velho Jusepe de Camargo, Fern�o de Camargo era o primog�nito. Muito embora n�o conhecemos a data precisa de seu nascimento, ele foi herdeiro inconteste dos princ�pios escravocratas de seu pai, cabendo a ele, como adiante veremos, chefiar a expuls�o final dos Jesu�tas da Vila de S�o Paulo.

Fern�o de Camargo casou-se cerca de 1627 com Mariana do Prado, filha de Felippa do Prado e do Castellano (regi�o da Espanha) Jo�o Santa Maria, que veio para o Brasil na qualidade de secret�rio de D. Francisco de Souza, governador geral das capitanias do Sul, em 1609.

Fern�o de Camargo, ao contr�rio de seu pai, n�o s� teve uma atua��o din�mica, juntamente com seu irm�o Jos� Ortiz de Camargo, no cen�rio pol�tico da Vila de S�o Paulo, como foi tamb�m, um denodado Bandeirante.

A primeira apari��o de Fern�o de Camargo, que nos � dada conhecer pelas atas da c�mara, se deu por volta de 1635, comparecendo como vereador eleito. Neste mesmo ano Fern�o de Camargo comandou juntamente Dom Pedro Leme uma expedi��o Bandeirantista � regi�o dos Patos. Essa regi�o nunca teve seus limites muitos bem estabelecidos, por�m, sabe-se atrav�s dos invent�rios e atas da c�mara de S�o Paulo, parte do atual estado do Paran� e parte do atual estado de Santa Catarina.

A bandeira em quest�o possuiu uma caracter�stica interessante que foi a de ser levada a efeito por meios mar�timos, distinguindo-a de um certo modo das demais.

Sabe-se tamb�m que Fern�o de Camargo teve participa��o ativa, constituindo-se figura de proa, na bandeira � regi�o dos �ndios Tapes na qual foi Capit�o de uma das colunas que teve comandante geral o pai do bandeirantismo o mestre de campo Antonio Raposo Tavares.

No ano de 1636, � feito Almotacel e a 1640 foi eleito para o cargo de Juiz Ordin�rio.

A essa �poca, como j� vimos, verificou-se um certo afrouxamento quanto �s proibi��es contra as incurs�es dos Paulistas nas redu��es dos Jesu�tas Castelhanos baixadas pelo Governador-Geral D. Luiz de Souza Henriques, motivo pelo qual n�o tardou que a Companhia de Jesus fizesse press�o junto aos poderes da Metr�pole, fazendo expedir em 1638 um Breve proibindo a escraviza��o do gentio pelos colonos.

O portador deste Breve foi o Padre Francisco Dias Tanho, que, aportando na cidade do Rio de Janeiro, tratou logo de torn�-lo p�blico, este fato, que provocou intensa rea��o entre os moradores, levando-os a cometer atos de viol�ncia contra os jesu�tas. Quando publicado em Santos, dist�rbios iguais se verificaram.

Por�m, a rea��o do povo de S�o Paulo foi muito mais significativa. Al�m de toda sorte de tropelias, verificou-se uma assembl�ia, que teve como Presidente, o ent�o Juiz Ordin�rio Fern�o de Camargo �O TIGRE�.

Durante esta assembl�ia foi redigido um documento no qual Fern�o de Camargo assinou em primeiro lugar, seguido por seus irm�os e demais membros de destaque do meio social. Segundo a data de 1640, ali se exigia a retirada imediata dos jesu�tas da Vila de S�o Paulo, coisa que de fato ocorreu, conforme o testemunho do padre Carvalh�es, que abaixo transcrevemos:...E assim, aos treze de julho, a uma sexta feira, �s duas horas depois de meia noite, mandaram os da c�mara de S�o Paulo tanger os sinos, ao que se ajuntou o povo, e junto o procurador do povo Jo�o Fernandes Savedra, da janela da c�mara leu a �ltima e final senten�a da junta, do desterro dos padres da Companhia, e logo em rompendo a manh� se foram todas as portarias do Real Col�gio, aonde acudiu o padre Reitor com os demais religiosos, aos quais intimou o dito procurador a senten�a final, ao que o padre reitor respondeu o que convinha, a saber, que n�o podia despejar-se, e que fez seus protestos, por�m, valeu isso pouco, porque entrando o povo, lan�ou fora aso empux�es assim ao padre reitor como os demais SIC.

Por esta �poca, na Vila de S�o Paulo existiam dois partidos pol�ticos um liderado por Jos� Ortiz de Camargo �O MO�O� e seus irm�os, conhecido atrav�s dos documentos como �O PARTIDO DOS CAMARGOS�, e um outro chefiado pelo velho Jo�o Pires e seu genro licenciado Francisco Nunes de Siqueira, que chamou a si pr�prio de �O Redentor Da P�tria�. Este era o partido conhecido como sendo �O Partido dos Pires� no qual militou tamb�m o celebre bandeirante Fern�o Dias.

Pois bem, esses dois partidos, entraram em secular porfia, sendo que as raz�es das dissens�es s�o muito controvertidas. Das muitas vers�es, existe de um documento do Padre Serafim Leite, que considera a expuls�o dos jesu�tas como inicio da luta travada pelas duas fac��es, pois a dos Pires era pr�-jesu�tas, por serem estes na sua maioria Portugueses de origem, ao passo que a dos Camargos era radicalmente contra os padres da Companhia e era de ascend�ncia Castelhana.

Analisando-se mais, detalhadamente, os dados dos historiadores, decidimos optar pelas de Paulo Prado que cita em not�vel �Paul�stica� como sendo a causa mais prov�vel das sangrentas trag�dias que envolveram as lutas desses dois partidos o caso passional narrado por Pedro Taques em sua Nobiliarchia Paulistana, como a seguir veremos:

Na primeira metade do s�culo XVII, vivia em S�o Paulo, Alberto Pires filho de Salvador Pires de Medeiros e de D. Inez Monteiro de Alvarenga, conhecida pelo cognome de �A Matrona� devido a sua personalidade forte e decisiva, bastante incompat�vel com a das demais senhoras de sua �poca.

Alberto Pires, por volta de 1640, segundo nos informa o genealogista Silva Leme, contraiu n�pcias com Leonor de Camargo Cabral. Segundo a tradi��o, passada de pai para filhos, como ele pr�prio, Pedro Taques nos informa, no dia do entrudo Alberto Pires quis importunar a esposa e, desastradamente, desferiu-lhe uma pancada na fonte esquerda, prosando-a j� sem vida seus p�s.

Atemorizado, atinando com a gravidade de seu ato e, diante da possibilidade de ser acusado de um crime de assass�nio, Alberto Pires, no auge do desespero, urdiu uma trama de adult�rio e para levar a cabo seu intento, mandou chamar o seu cunhado, o famoso bandeirante Antonio Pedroso de Barros sob o pretexto de entrudar, esperou-o na tocaia e quando essa segunda v�tima ficou sob o alcance da mira do bacamarte atingiu-o fatalmente.

Em curto lapso de tempo ajuntou os dois corpos, mandando chamar, com presteza, os seus parentes e amigos para presenciar um quadro de flagrante adult�rio. Sendo que a ningu�m convenceu este estratagema imoral e cruel, que foi logo por terra trazendo a lume as verdadeiras raz�es.

Certamente, pouco tempo decorreu dessa a��o ao tumulto generalizado, onde com certeza, n�o deve haver faltado insultos e recrimina��es rec�procas por parte de ambas as fam�lias.

Os dois grupos, antag�nicos j� por suas pr�prias origens, transformaram aquilo que por direito era da al�ada da Justi�a Civil em um motivo para que as paix�es Pol�tico-Partid�rias fossem exacerbadas desprendendo centelhas em um sem n�meros de desafios e vingan�as.

D. Inez Monteiro homiziou o filho em seu s�tio na serra de Ajuba. Por�m n�o tardou muito a ser ele descoberto.

A turba enfurecida cercou a casa amea�ando invadi-la caso Alberto Pires n�o fosse entregue. A esta altura, a en�rgica personalidade de D. Inez Monteiro, aliada ao acentuado amor maternal, fez com que ela irrompesse diante da multid�o, com um crucifixo nas m�os, falando aos perseguidores e propondo, ela mesma entregar o filho, desde que a ele, fosse assegurado um julgamento nos moldes da lei, na Metr�pole (Rio de Janeiro).

Como que apanhada de surpresa pela atitude firme da Matrona, a massa recuou em seus intentos.

Alberto Pires foi realmente entregue e, posteriormente, embarcado para o Rio de Janeiro em uma sumaca, com destino � metr�pole.

D. Inez tratou de rumar por terra o mais r�pido poss�vel a fim de interceder pelo filho, fazendo valer suas prerrogativas de fortuna e influ�ncia pol�tica. Mas quis o acaso que a sumaca fosse colhida por um temporal e, ao inv�s de tocar o porto de Parati, fosse levada � Ilha Grande. Nestas paragens, tiveram os tripulantes da escolta not�cias de que um grupo dirigido por D. Inez Monteiro iria tentar resgatar o prisioneiro. Estes, talvez comprados, ou mesmo amedrontados ante a possibilidade de serem atacados, trataram de se p�r a salvo de Alberto Pires, utilizando-se de um expediente horroroso: �Amarraram uma enorme pedra em seu pesco�o e jogaram-no no Mar�.

Desta trag�dia (segundo as pr�prias palavras do linhagista Pedro Taques) se originou a destrui��o da grande casa de D. Inez Monteiro, uma das maiores daquele tempo, da qual ainda existem algumas cepas de sua grandiosa vinha, que ocupava um campo quase meio l�gua em quatro, que anualmente brotam, depois que nos meses de agosto e setembro costumam lan�ar fogos aos campos, para do verdor deles terem os gados vacuns e cavalares abund�ncia de pastos, verificando-se o antigo rif�o: �Campo que j� foi vinha�.

As informa��es, bem como este �ltimo trecho de narrativa, a n�s legadas por Pedro Taques parecem suspeitas de romantismo, pois pertencendo ele a linhagem de uma das fam�lias envolvidas no caso, a dos Pires, parece-nos que houve a aparente inten��o de ocultar a verdadeira face da est�ria.

Analisando-a, conclu�mos que a trama urdida foi por demais inepta no tocante � sagacidade de uma pessoa que quisesse ocultar um crime, dando-lhe uma vers�o de duplo assass�nio e eximindo de culpa o marido ultrajado, de acordo com os costumes da �poca.

Quero crer que n�o existe d�vida sobre o adult�rio, situa��o falsa da qual nasceram os �dios e paix�es que, alimentados talvez tamb�m por conveni�ncias pol�ticas, por mais de um s�culo deu origem �s lutas sangrentas a despeito dos esfor�os do Governador Geral, do Clero e at� do pr�prio Rei de Portugal, que viam nisso uma preocupa��o alheia aos interesses da coroa, a n�o ser a de procurar ouro e prata e colonizar as terras.

Por volta de 1641, durante um dos per�odos cr�ticos dessas disputas, Fern�o de Camargo �O TIGRE�, mata com um s� golpe de adaga, junto � porta travessa da matriz de S�o Paulo, Pedro Taques de Almeida, ascendente de Pedro Taques.

Ao que parece, este foi o ep�logo de uma conspira��o relacionada com outro conflito havido um ano antes no mesmo local, o largo da matriz, hoje Pra�a da S�, conflito em que se viram envolvidas as duas fam�lias e seus respectivos simpatizantes, e no qual muitas mortes ocorreram.

Segundo Silva Leme, os participantes desta conspira��o foram Pedro Leme do Prado, Miguel de Almeida Miranda, Henrique Cunha Gago e outros. Azevedo Marques informa que neste entrevero participaram cerca de 5.000 pessoas.

Cumpre observar que o crime acima descrito se foi cometido por Fern�o de Camargo, n�o foi planejado por uma s� pessoa, pois que no invent�rio do Capit�o Pedro Leme do Prado, falecido em 1658 em Jundia�, se encontra uma escritura de perd�o, na qual figuram como partes: de um lado Anna Proen�a m�e de Pedro Taques, representada por seu filho o Capit�o Guilherme Pompeu de Almeida, e do outro, Maria Gon�alves, vi�va do Capit�o Pedro Leme do Prado, representada por seu filho o Padre Pedro Leme do Prado; nesta escritura Anna de Proen�a concede o perd�o � Maria Gon�alves da morte praticada pelo dito Capit�o Pedro Leme do Prado na pessoa de Pedro Taques de Almeida. Isto vem provar que: ou o crime n�o foi praticado por Fern�o de Camargo, ou se foi este o autor dessa morte, foi ela votada em uma conspira��o em que figuravam o Capit�o Pedro Leme do Prado e, provavelmente, outros membros do partido dos Camargos, sendo nesta hip�tese, Fern�o de Camargo, sorteado para essa execu��o, em vez de fazer uma emboscada, protegido pela sombra da noite, preferiram executar a ordem em pleno dia, na PRA�A DA S�.

Ap�s haver participado, durante um bom n�mero de anos, com grande atividade, na lutas dos Pires e Camargos, juntamente com seu irm�o, Jos� Ortiz de Camargo Fern�o de Camargo, chegou ao auge por volta de 1645. Desta data em diante permaneceu fora das atividades pol�ticas, reaparecendo somente para requerer junto ao Conde de Atouguia instru��es para indicar a forma como se deveria processar a elei��o dos oficiais da c�mara da Vila de S�o Paulo e da Capitania de S�o Vicente: �Perdoar os criminosos das fam�lias Pires e Camargos que ali tiveram parte�; encarregar os prelados e ministros da mesma vila e capitania de conceder perd�o do que houvesse contra os culpados de uma e outra parte e, em particular, aos condenados a pena capital pelo Ouvidor Geral do Rio de Janeiro, Jo�o Velho de Azevedo; suspender a execu��o das senten�as dos mesmos condenados ETC., ETC.

O Conselheiro Ultramarino opinou, favoravelmente, a solicita��o de Fern�o de Camargo e o seu parecer datado de 6 de junho de 1674 veio acompanhado de minud�ncias sobre a Vila de S�o Paulo.

A provis�o do pr�ncipe nesse sentido foi registrada na c�mara de S�o Paulo a 24 de dezembro de 1675.

Por essa �poca Fern�o de Camargo j� se encontrava em uma idade avan�ada, vinda a falecer em S�o Paulo em 29 de dezembro de 1678. Essa informa��o nos foi prestada pelo C�nego Roque Luiz, no seu j� citado manuscrito sobre a �rvore geneal�gica Camargo, Ortiz, Lopes, Lima e Silveira.

Sua mulher Mariana do Prado faleceu na mesma Vila de S�o Paulo em 1668.



O casal teve os seguintes filhos:





1. �FERNANDO DE CAMARGO ORTIZ�;

2. Francisco de Camargo Santa Maria;

3. Jos� Ortiz de Camargo �O Mo�o�;

4. Jo�o Ortiz de Camargo;

5. Manuel Ortiz de Camargo;

6. Lucas de Camargo Ortiz;

7. Domingo de Camargo;

8. Anna Maria de Camargo;

9. Gabriela de Ortiz Camargo;

10. Maria de Camargo;

11. Leonor Domingues de Camargo;

12. Pedro Ortiz de Camargo;

13. Mariana de Camargo e

14. Fellipa de Camargo



























Capit�o

�Fernando de Camargo Ortiz�

O Mo�o





Fernando de Camargo Ortiz, ou Fernando de Camargo, �O Mo�o� como era seu h�bito assinar, nasceu na Vila de S�o Paulo de Piratininga, em princ�pios de maio de 1628. Foi casado com Joanna Lopes, filha de Gon�alo Lopes, natural de Santa Marinha em Portugal, e de Catharina da Silva, natural da capitania de S�o Paulo.

Segundo informa��es a n�s legadas por Azevedo Marques, sabe-se que, foi potentado em terras e arcos. Estes cabedais, com certeza, foram provenientes das in�meras entradas nas quais ele tomou parte, pois o Capit�o Fernando de Camargo Ortiz, foi grande conhecedor das veredas sertanejas. Seu prest�gio e fama fizeram com que fosse alvo de in�meras incumb�ncias bandeirantistas, n�o s� da parte da govern�ncia da terra como tamb�m do pr�prio Rei de Portugal.

Tratemos, pois de soprar o p� dos anos, deixando a descoberto as pegadas desse nosso avoengo atrav�s da hist�ria.

Corria o ano de 1656, durante o qual encontravam-se acirrados os �nimos entre as duas fac��es pol�ticas, em flagrante viola��o dos termos da provis�o passada, pelo Conde de Atouguia. Por essa mesma �poca findava a guerra Holandesa na Bahia. Por�m um outro flagelo fustigava os colonos do Rec�ncavo, eram as amiudadas investidas dos silv�colas, cujos ataques aos n�cleos povoadores acarretavam grandes preju�zos, pondo at� em risco, a seguran�a da metr�pole.

H� esse tempo, o Conde de Atouguia era sucedido por Francisco Barreto de Menezes, ao novo Governador-Geral, diante dos problemas que constitu�am os ataques dos �ndios e as lutas pol�ticas no sul, ocorreu um expediente pelo qual julgava proporcionar dois benef�cios ao Brasil. Convocaria os Paulistas para apaziguar os �ndios do Paraguassu e, simultaneamente, pacificaria S�o Paulo.

Tratou logo de escrever ao Capit�o-Mor Manuel de Souza da Silva a 21 de setembro de 1657, solicitando socorros. Confessava ele os in�teis resultados das expedi��es locais enviadas contra os silv�colas, muito embora, como ele pr�prio dizia, �contarem com bastante golpe de infantaria e �ndios confederados�.

O maior obst�culo ao sucesso verificava-se na ignor�ncia da campanha e o pouco uso daquele g�nero de guerra.

Os Paulistas n�o atenderam, de imediato, aos rogos de socorro. Somente a 17 de mar�o de 1658, conforme a ata da c�mara de S�o Paulo, dignaram-se os membros a eleger Domingos Barbosa Calheiros como chefe supremo da expedi��o, por ser ele veterano e celebre nos Arraiais dos Bandeirantes.

Para adjuntos foram nomeados os Capit�es de infantaria Fernando de Camargo Ortiz e Bernardo Sanches de Aguiar, com o que �Concordaram todos tr�s, irem ao mesmo adjunto e serem uma mesma pessoa�.

A expedi��o partiu de Santos a 31 de maio de 1658 e chegou � Bahia de Todos os Santos a 14 de outubro deste mesmo ano. Nessa mesma data o Governador-Geral Francisco Barreto notificava aos camaristas de S�o Paulo a chegada de Calheiros com suas tropas, alegando que muito embora n�o fosse o n�mero de homens esperado ele era, no entanto, suficiente para o in�cio da opera��o.

Essa expedi��o fracassou, pois foi v�tima de uma trai��o por parte dos Payayas, aos quais se havia recomendado unirem-se �s tropas, na qualidade de refor�os e guias. Na aldeia Tapurisse, conta um documento publicado pela revista Trimensal, que, os trai�oeiros Payayas devoraram muitos dos Paulistas que haviam ficado como guarda das muni��es, enquanto os poucos que conseguiram escapar ao cerco trai�oeiro, retornaram a S�o Paulo por volta de 1660.

Fernando de Camargo escapou ileso, pois em 1664, por uma carta-r�gia, andava ele empenhado em servir El-Rei na secular procura das Esmeraldas.

Essa carta-r�gia foi remetida por D. Afonso VI e esta transcrita por Azevedo Pizzago, trazendo a data 27 de setembro de 1664. Pedia el-rei que o Capit�o Fernando de Camargo, desse ajuda a Agostinho Barbalho Bezerra, que acabava de ser despachado com o posto de Administrador-Geral das minas da reparti��o Sul.

Presume-se que ap�s essa data, Fernando de Camargo �O Mo�o� deva ter andado ausente nos sert�es, pois o seu nome s� reaparece nos documentos por volta de fevereiro de 1677, em uma carta do Governador-Geral pedindo o seu aux�lio para combater os �ndios Anayos que infestavam as margens do Rio S�o Francisco.

Mas o Capit�o Fernando de Camargo n�o atendeu a esse pedido, pois a essa �poca andava empenhado nas brigas pol�ticas entre os Pires e os Camargos.

Fernando de Camargo havia sido Almotacel em 1671. Residia ent�o no Bairro de Cotia, onde exerceu o cargo de Capit�o de Infantaria das Ordenan�as, nomeado por provis�o do Capit�o-Mor Thomaz Fernandes de Oliveira, datada de Santos a 15 de junho de 1667.

Essa nova fase das disc�rdias entre as fac��es pol�ticas havia recrudescido a partir de 1661, alterando-se com per�odos de bonan�a e per�odos de entreveros sangrentos.

Isto porque alguns queriam que fossem abolidas as normas do alvar� do Conde de Altoguia e sendo que outros queriam que as mesmas fossem preservadas.

Por volta de 1679 agravou-se o estado de coisas a ponto de ficar resolvido se queimarem as pautas e os pelouros da elei��o havida, pois os Pires n�o concordavam com ela. Essas desordens tiveram como promotor o licenciado Francisco Nunes de Siqueira.

Na c�mara, indignada, apressou-se por meio de seu procurador, o Capit�o Francisco Pinto Guedes, em requerer devassas e puni��es para todos os implicados nesta s�rie de viol�ncias.

Na sess�o da c�mara de 20 de dezembro de 1679, Fernando de Camargo protestou contra o que vinha se fazendo, alegando n�o encontrar motivos para a c�mara anular a elei��o feita com tanta lisura para a escolha do juiz, assim desinteressava-se do assunto e n�o concordava que seu nome figurasse na lista dos Pelouros, muito embora, houvesse sido ele o Juiz eleito.

Pois bem, os seus partid�rios e membros da fam�lia Camargo, entre eles Lucas de Camargo Ortiz, Jo�o Camargo, Fern�o Pires de Camargo, Pedro de Camargo, Jos� Delgado Camargo, Domingos da Silva Santa Maria, Pedro Ortiz de Camargo, Fern�o de Aguirre e muitos outros membros da numerosa fam�lia que haviam assinado a ata da anula��o da elei��o mostram-se irredut�veis e as declara��es de Fernando de Camargo, �O Mo�o�, tiveram tamanha repercuss�o que Fernando de Camargo se viu obrigado a retir�-las.

A c�mara ent�o, agindo com atitude en�rgica, requereu uma devassa a ser remetida ao desembargador sindicante e Ouvidor-Geral Jo�o da Rocha Pitta, para que este resolvesse o que fosse de direito e tomasse as cab�veis provid�ncias quando aos acusados das desordens, indicando o nome da cabe�a das a��es criminosas, o licenciado Francisco Nunes da Siqueira.

O Ouvidor-Geral tomou por seu turno as provid�ncias contra o celerado cabe�a dos Pires, pois a elei��o realizou-se novamente de maneira tranq�ila, na Vila de S�o Paulo de Piratininga, havendo os membros eleito tomado posse nos seus cargos na sess�o de abril de 1680.

Fernando de Camargo n�o foi eleito, mas em 1682 voltou ao seu cargo de Juiz-Ordin�rio, deixando-o, n�o se envolveu mais nas agitadas disputas pol�ticas que se seguir�o at� 1688. Capit�o Fernando de Camargo Ortiz escreveu seu testamento a 2 de maio de 1685 na Vila de S�o Paulo, onde voltara a residir.

Faleceu a 30 de agosto de 1690, sendo sepultado na Capela dos Terceiros de S�o Francisco. A sua mulher Joanna Lopes faleceu pouco depois, em 23 de janeiro de 1692.







O casal teve os seguintes filhos:



1. Coronel Estev�o Lopes de Camargo;

2. Maria de Camargo;

3. Mariana de Camargo;

4. Catharina de Camargo;

5. Vit�ria de Camargo

6. Joana Lopes de Camargo;

7. Anna Maria de Camargo;

8. Izabel de Camargo;

9. Fernando Lopes de Camargo;

10. Pedro Lopes de Camargo;

11. �CEL. THOMAZ LOPES DE CAMARGO�;

12. Gon�alo Lopes de Camargo e

13. Capit�o Jo�o Lopes de Camargo.





































�CARTA DO REI DE PORTUGAL�

A

FERNANDO DE CAMARGO ORTIZ




Lisboa, 27 de setembro de 1664.









FERNANDO DE CAMARGO. Eu El Rei vos envio, muito saudar. Bem sei que n�o � necess�rio persuadir-vos, que concorrais da vossa parte com o favor necess�rio para o descobrimento das minas, a que envio Agostinho Barbalho Bezerra, considerando ser natural deste estado, e que como tal mostra particular desejo dos aumentos dele, esperando pela experi�ncia dele, que tenho do bem com que at� agora me serviu, e que assim o far� o que em tudo o que lhe encarregar, porque pela not�cia que me tem chegado do vosso zelo, e de como houvestes em muitas ocasi�es do meu servi�o, me faz certo que vos dir� o que for necess�rio para este feito.

Encomendo-vos que fa�ais toda assist�ncia para que se consiga com o bom fim o que tanto desejo, o que eu quisera ver conseguido no tempo e posse destes meus reinos, entendendo que, hei de Ter muito particular lembran�a de tudo que fizerdes nesta mat�ria, para vos fazer merc� e honra, que espero me saibais merecer.







(Secreto. ultr. Liv. das cartas reais das conquistas TTO 1.664 Pag. 332 v. a Seg.)



















Coronel

�Thomaz Lopes de Camargo�





Os primeiros descobridores de ouro, em Minas Gerais, eram homens que n�o mediam esfor�os e muito menos poupavam sacrif�cios em busca do t�o ambicionado ouro, que fasc�nio descomedido exercia esse metal, impelindo-os no febril af� por entre serras e florestas? N�o conseguiam det�-los as chuvas torrenciais que encharcavam at� os ossos, nem o sol implac�vel que os seguia por toda � parte, nem os caudalosos rios com suas corredeiras e j�pias que tragavam homens e canoas, nem mesmo os p�ntanos trai�oeiros infestados de miasmas e de ter�as malignas, que destru�am fibra por fibra a mais robusta complei��o. Feras e r�pteis venenosas cuja picada prostrava fatalmente, nada enfim os demovia do cego e obstinado objetivo.

Disputavam palmo a palmo com os silv�colas a posse dos sert�es e n�o raras vezes a sorte pendeu para os primitivos donos. Alimentavam-se muitas vezes de ra�zes quando, na falta de ca�a ou dos frutos das campanhas. Na falta desses, lan�avam m�o de i��s e outros insetos. No desespero da sede, mascavam folhas de vegeta��o silvestre e chegavam at� a sorver o sangue ainda quente das ca�as rec�m-abatidas.

Com o decorrer do tempo, quando j� iam longe os dias da partida, suas vestes n�o eram mais do que andrajos, entendiam-se na l�ngua dos �ndios, influ�ncia do contrato �ntimo com os cativos que engrossavam as fileiras da Bandeira.

Adotavam os costumes e encampavam suas cren�as. N�o eram mais do que um grupo semi-b�rbaro cuja id�ia n�o lhes permitia enxergar mais do que o ouro e, para consegui-lo, eram v�lidas todas as a��es.

O Coronel Thomaz Lopes de Camargo, nosso s�timo av�, em linha direta masculina chegou � regi�o da futura Vila Rica influenciado por seu tio o Alcaide-Mor Joseph de Camargo Pimentel o qual foi uma personalidade curiosa, como podemos verificar atrav�s de um dos documentos mais importantes da hist�ria primeva das Minas Gerais que � o ap�grafo do Coronel Bento Fernandes Furtado de Mendon�a.

Este mesmo ap�grafo serviu de base tamb�m para o c�lebre poema fundamento hist�rico de Vila Rica do poeta inconfidente Cl�udio Manuel da Costa.

Esta narra��o neste documento que Francisco Bueno da Silva, primo de Ant�nio Roiz Arz�o que na realidade foi o primeiro descobridor de ouro em Minas Gerais em 1693, descobriu uns ribeiros aur�feros e convidou amigos e parentes entre estes o alcaide-mor Joseph de Camargo Pimentel para lavrar de meias uma grandiosa pinta que tinha das datas que lhe coube, entre os quais Bueno e Camargo sucederam um caso digno de mem�ria em abono da liberalidade de um e mais avareza do outro. E o caso: (ainda que cause digress�o o fio da hist�ria).

De sorte que na dist�ncia de 30 e 40 dias de jornada que havia das minas a S�o Paulo, partia sem provimento algum e muitos acabaram de fome sem rem�dio. E houve tal que matou ao seu companheiro por lhe tomar com sua tenaz de pau uma pipoca de milho que do seu borralho saltou para o do outro dos poucos gr�os que cada um tinha para alimentar a vida naquele dia, aprovando-se por este caso como realidade o prov�rbio comum de que � a fome n�o tem lei�. SIC

Homens dotados desta mesma t�mpera eram os companheiros da Bandeira do Coronel Thomaz Lopes de Camargo, um dos primeiros descobridores de ouro nas Minas Gerais e tamb�m um dos fundadores de Vila Rica, hoje Ouro Preto.

Corriam os anos de 1690 a 1701, o Taubateano Antonio Dias de Oliveira, os Piratininganos Coronel Thomaz Lopes de Camargo e seu irm�o Jo�o Lopes de Camargo, Francisco da Silva Bueno, Felix de Gusm�o, o Padre Jo�o Faria Fialho, natural da Ilha de S�o Francisco e Capel�o da Bandeira, seu cunhado Antonio Gon�alves Viana e outros, surgem pelas montanhas e atravessam os s�tios onde hoje se situa Campo Grande (Minas Gerais), instalando-se nas vertentes, n�o sem antes terem de vencer s�rios obst�culos.

Thomaz Lopes de Camargo se apossa de lavras que depois passariam a Francisco Bueno da Silva, primo de um dos v�rios Bartholomeu Bueno da Silva, e cunhado dos irm�os Lopes de Camargo.

Ap�s a chegada �s paragens acima mencionadas, a bandeira subdividiu-se, como sucedeu posteriormente a outras, tendo estes primeiros descobridores feito � distribui��o das terras entre si. A Ant�nio Dias coube todo o trecho compreendido entre o Ribeir�o Tripui e as posses do Padre Faria, a Felix de Gusm�o, o Passa-Dez; aos Irm�os Lopes de Camargo a Vertente da Serra, conhecida atrav�s da tradi��o como Arraial dos Paulistas; a Francisco Bueno da Silva, o c�rrego abaixo de Campo Grande, que se chama hoje Ouro Bueno.

O arraial de Antonio Dias prosperou muito, bem como o do padre Faria, tendo sido ambos citados pelo Governador-Geral Antonio de Albuquerque Coelho de Carvalho em 1711, pelos bons servi�os prestados por eles � coroa.

Os Irm�os Lopes de Camargo mineraram ali por algum tempo e n�o se sabe por quais raz�es abandonaram suas primitivas posses e, juntamente com um outro irm�o, Gon�alo Lopes de Camargo, dirigiram-se mais para o norte descobrindo ali um ribeir�o aur�fero, onde fundaram um arraial que passou para hist�ria como Arraial dos Camargos, que hoje pertence ao distrito de Mariana e conta com 500 habitantes aproximadamente.

Os primeiros anos da minera��o nas Gerais decorreram de forma desordenada, fen�meno coexistente com os grandes afluxos de pessoas que convergem a uma determinada �rea, atra�da pela perspectiva de fortuna f�cil. Durante esta �poca, foi comum o enriquecimento r�pido de v�rios indiv�duos. Fruto talvez de um trabalho �rduo para alguns, por�m, muitos chegaram � situa��o c�moda da riqueza por meios inescrupulosos onde com certeza n�o foram poucos os roubos, assassinatos, e demais crimes.

Durante este mesmo per�odo, verificou-se a guerra dos Emboabas a qual custou n�o s� muitas vidas, como tamb�m, muitas das posses aur�feras dos Paulistas.

Em virtude destes fatos, a governan�a decidiu p�r fim �quele estado de coisas, objetivando, n�o somente dar estrutura social aos arraiais que cresciam, acentuadamente, bem como, recolher os impostos para melhoramentos p�blicos e fiscalizar a extra��o do ouro protegendo desta forma a Fazenda Real.

Por ordem do Governador e Capit�o-General Antonio de Albuquerque Coelho de Carvalho, foi eleita a primeira junta, para que a mesma procedesse � escolha dos Homens Bons para serem os oficiais da c�mara da Nova Vila oriunda da fus�o das par�quias de Ouro Preto e Antonio Dias.

Com efeito, a 14 de julho de 1711, estavam empossados os oficiais da primeira c�mara das Minas Gerais, e por carta-r�gia de 15 de dezembro de 1711, D. Jo�o V, confirmou a cria��o da Vila que passou a chamar-se Vila Rica de Ouro Preto.

Aos primeiros �Homens Bons� sucederam outros, que com o decorrer do tempo, foram firmando a administra��o de Vila Rica, as primeiras cartas de sesmaria foram concedidas, e as primeiras patentes de oficiais nos regimentos auxiliares da capitania foram angariadas.

Confirmando este processo de evolu��o, descobrimos que existe no arquivo p�blico Mineiro, uma cole��o de documentos que trazem informa��es a respeito das ocorr�ncias de Pitanguy, sendo que no documento de 8 de agosto de 1713, cod.9 fls. 141, por provis�o de D. Braz Balthasar Silveira, foi nomeado e provido Jo�o Lopes de Camargo no posto de Capit�o de uma companhia do ter�o dos auxiliares de Pitanguy.

Pois bem, embalde in�meras pesquisas, n�o foi poss�vel conseguir informa��es concretas, por�m julgamos perfeitamente v�lidos, presumir-se que Thomaz Lopes de Camargo tenha sido provido com a patente de Coronel por um ato governamental semelhante.

Pois naquela �poca, somente aqueles que se destacaram, politicamente, e mostraram-se em atender os interesses da coroa receberam tais privil�gios e distin��es.

O Coronel Thomaz Lopes de Camargo parece ter sido pessoa de posses, pois a sua descend�ncia demonstrou ter recebido uma educa��o, relativamente, boa dentro dos recursos da �poca.

O Coronel Thomaz Lopes de Camargo foi casado com Paula da Costa Paes, filha do Capit�o Martinho Paes de Linhares, falecido em 1714, e de Izabel da Silva, neta paterna de Manuel Pacheco Gatto e Anna da Veiga.

A data do falecimento deste ascendente n�o foi poss�vel descobrir, por�m segundo o registro do cart�rio de �rf�os de S�o Paulo, ele foi inventariado no ano de 1756.

O casal teve os seguintes filhos:



1- Ignacio de Camargo Paes;

2- �JOS� DE CAMARGO PAES�;

3- Rita Maria de Camargo;

4- Francisco de Camargo Paes;

5- Frei Jo�o de Monte Serrat;

6- Vicente Ferrer de Camargo;

7- Anna Maria de Camargo Paes;

8- Luiza de Camargo Paes e

9- Benta Paes de Camargo.











































DADOS DESTE PER�ODO QUE CONSIDERAMOS IMPORTANTES, OS QUAIS DETALHAMOS A SEGUIR:



Pe. Salvador de Camargo Lima era natural de Cotia. Seus pais eram Maria de Lima Siqueira e o Capit�o-Mor Fernando Lopes de Camargo, irm�o do fundador da cidade Capit�o Estev�o Lopes de Camargo. Antes de assumir o cargo de vig�rio da freguesia de N .Sra. de Monte Serrat em 1759, Pe. Salvador j� trabalhava como coadjutor do seu antecessor Pe. Antonio de Toledo Lara.

Num espa�o de sete anos recebeu tr�s visitadores: Pe. Lu�s Teixeira Leit�o (1761), Pe. Polic�rpio de Abreu Nogueira (1765) e Pe. Antonio Jos� de Abreu (1768).

Pe. Matheus de Laya Le�o era o filho mais velho de uma fam�lia de doze irm�os. Seu pai se chamava tamb�m Mateus de Laya Le�o e era casado com Leonor Domingues de Camargo, ambos moradores e naturais de S�o Paulo, embora fregueses da par�quia de Cotia. Dona Leonor era filha de Fern�o de Camargo. O irm�o do Pe. Matheus, o capit�o Jo�o de Laya Le�o, foi sepultado debaixo do altar na Igreja nova conforme o seguinte assentamento.

�Aos trinta e um de dezembro faleceu o capit�o Jo�o de Laya Le�o, marido de Joana de Azevedo S�, filho de Mateus de Laya Le�o e Leonor Domingues de Camargo, moradores e naturais de S�o Paulo, fregueses desta freguesia, com todos os sacramentos. Foi sepultado nesta Igreja abaixo do altar e do cruzeiro de N. Senhora da Concei��o. Foi testamento em que pediu dezoito missas por sua alma e pagou covagem. As quais missas eram ditas o que juro inverteo Parechi�. Assinado Pe. Salvador Garcia Pontes; e �Declaro que foi aos trinta e um de dezembro de mil setecentos e trinta e cinco. Dic. ut supra. Salvador Garcia Pontes�(Assentos dos defuntos In: O primeiro livro de batizados da Par�quia de Cotia 1723/1749,pag. 86).

O pai de Pe. Matheus de Laya Le�o faleceu em 1698 e ocupava honrosos cargos em seu tempo(cf. Silva Leme, op. cit. Vol. 1,1903, pag. 316). Como na �poca havia a briga entre as fam�lias Pires e Camargo, o Pe. Matheus, da fam�lia Camargo, talvez tenha recebido a provis�o de vig�rio da Igreja quando a sua fam�lia estava em vantagem!

O Coronel Estev�o Lopes de Camargo era primeiro de treze irm�os, casou-se com Isabel Paes de Siqueira em 1696 com a qual teve oito filhos. Uma das filhas, Maria Paes de Camargo, inclusive, casou-se na nova Igreja Matriz, com Jo�o Lopes da Cunha, natural de Mogi das Cruzes. Tudo registrado no livro de casamentos de Cotia 1728/1749, pag. 50V.

Pe. Fernando Lopes de Camargo era natural de Cotia e foi batizado na Igreja Matriz aos 28 de junho de 1756 pelo Frei Francisco de Jesus Camargo, religioso Franciscano.

Era filho do Capit�o Ign�cio Soares de Barros e de sua mulher Marta de Camargo Lima. Era neto, pela parte paterna, do Sargento-Mor Roque Soares de Medella e de sua mulher Ana de Barros. Neto, pela parte materna, do Capit�o Fernando Lopes de Camargo e de sua mulher Maria de Lima Siqueira. Tinha dois tios padres: Pe. Rafael Antonio de Barros (filho do Sargento-Mor Roque Soares) e Pe. Salvador de Camargo Lima (filho do Capit�o Fernando Lopes de Camargo).

Nos registros da C�mara de Cotia, o fundador dessa cidade � Capit�o Estev�o Lopes de Camargo. Em v�rios registros, notamos que o nome desse nosso antepassado era escrito das duas formas, isto �, Estevam e Estev�o.

Observa��o: O Padre Diogo Antonio Feij� �Regente Feij� era um Camargo por parte de m�e conforme descrevemos; Foram seus pais Pe. Manuel da Cruz Lima e Maria Joaquina de Camargo; para que a fam�lia Camargo n�o viesse a sofrer com um esc�ndalo social, deram-lhe o sobrenome do portugu�s Miguel Jo�o Feij�, j� falecido, que era casado com sua tia Maria Gertrudes de Camargo.

�Pol�tico e sacerdote brasileiro nasceu em S�o Paulo em 03-08-1784 e faleceu 10-11-1843. Senador e regente do imp�rio no per�odo de 12-10-1835 a 18-09-1837 declarava-se� �filho de pais inc�gnitos�. Ordenou-se em 1809. Como padre e professor, viveu em S�o Paulo, Cotia, Campinas e Itu, onde se fixou em 1818. Foi deputado �s cortes de Lisboa (1821-22), formando no grupo brasileiro que se recusou a assinar a constitui��o portuguesa. Deputado-geral (1826-31) logo ap�s a abdica��o de D. Pedro I assumiu o minist�rio da Justi�a, destacando-se como sustent�culo da legalidade. Senador pelo Rio de Janeiro (1833), elegeu-se regente em 1835, posto a que renunciou dois anos depois. Presidente do Senado (1839), retirou-se � sua prov�ncia, participando da revolu��o liberal de1842. Preso e deportado para Vit�ria, obteve licen�a para retornar a S�o Paulo, vindo a falecer enquanto aguardava o pronunciamento do Senado. Pertencendo � corrente �moderada�, que se opunha aos exaltados (republicanos) e caramurus (restauradores), o padre Feij� � considerado um dos fundadores do partido liberal. Perante a Igreja Cat�lica, assumiu posi��o n�o-ortodoxa, defendendo a aboli��o do celibato clerical e a designa��o dos bispos pelo Estado. Homem r�spido, inflex�vel, dispensava as honrarias, tendo recusado a nomea��o para bispo de Mariana.�

Pe. Fernando Lopes de Camargo batizou Diogo Antonio Feij�. Era ainda subdi�cono quando Diogo foi batizado na S� aos 17 de agosto de 1784 como consta no seguinte atestado: �Aos 17 de agosto de 1784 nesta S�, batizei e pus os Santos �leos a Diogo, filho de pais inc�gnitos, exposto em casa do Ver. Subdi�cono Fernando Lopes de Camargo; o mesmo foi padrinho, e Maria Gertrudes de Camargo, vi�va. Todos desta freguesia, do que fiz este assento que assinei� o coadjutor Jos� Joaquim da Silva (Livro dos Batizados da S�, 1784/1788 pag. 2V).



























































ADENDUM

CEL. THOMAZ LOPES DE CAMARGO



Deste perigo inevit�vel se retirou o nosso Alcaide-Mor Camargo para S�o Paulo no ano de 1700 (verdadeiramente nesta terra a era dourada; e para Portugal a de maior felicidade), com a sua comitiva e escravatura, como faziam os mais ministros que n�o tomavam a resolu��o de se transmontarem pelo sert�o dentro e campos gerais, a procurar os lugares mais desertos, menos combatidos e mais f�rteis de viveres silvestres, na entrada do ano de 1700.

E no princ�pio do ver�o deste mesmo ano voltaram outra vez os retirados para S�o Paulo e os refugiados nas montanhas a tempo que j� os mantimentos plantados no de l699 estavam capazes de socorrer no de 1700.

Entre este veio o nosso Alcaide-Mor prevenido para fazer tamb�m dilig�ncia de descobrimentos.

E, com efeito, passando a mesma serra, que da parte do poente, vertente do Rio das Velhas, havia dado a primeira grandeza, que com o Bueno haviam tirado para a parte do nascente seguindo a mesma serra, a vista dela, que vai fazer na sua ponta a situa��o das Catas Altas, em meio de sua dist�ncia descobriu um ribeir�o chamado O Camargo, herdando do seu descobridor o seu glorioso apelido, dando em satisfa��o de sua generosa diligencia, haveres de ouro que ainda hoje duram conservando povo bastante que forma uma freguesia e bom rendimento eclesi�stico.

Depois de dar a partilhas este descobrimento e lavrar as suas datas pelo modo daquele tempo, aproveitando s� o f�cil, deixando o melhor e mais custoso para os vindouros, continuou a penetrar o sert�o a parte oriental seguindo o rio Piracicaba que � o mesmo que dizer lugar aonde o peixe chega vindo das barras do mar e dali n�o passa para cima, por impedido das cachoeiras muito altas que n�o podem avan�ar; pelo qual rio foi vendo algumas faisqueiras limitadas at� chegar ao lugar onde se descobriu um ribeiro pequeno, bra�o do mesmo Piracicaba que corre da parte esquerda da sua corrente de umas assinaladas serras, que de muito longe um altivo pico que levanta ao c�u serve de sinal daquele lugar como padr�o que Deus quis p�r para ser buscado e achado pelo t�o padr�o, como boas e grandiosas pintas, onde se assustou e fez capela com a invoca��o de S�o Miguel e se administraram os sacramentos por um capel�o que consigo trazia.

Neste lugar viveu algum ano bastante, acompanhado de dois filhos homem. Como a sua idade e a provid�ncia do alt�ssimo j� o chamavam para o descanso prometido aos bons lhe destinou uma enfermidade que logo amea�ou com perigo de vida.

Neste tempo se empenhava o Capel�o que fizesse seu testamento, n�o uma s�, mas muitas vezes a que ele respondia com alguma paix�o, dizendo n�o carecia de testamento porque o que ele possu�a era para pagar o que devesse e o que sobrasse era de sua mulher e filhos; os quais estavam presentes e eram capazes de sua administra��o, raz�o por que lhe rogava e n�o amofinasse com tal testamento e n�o agravasse mais a sua enfermidade a qual sem embargo que ia a crescimento cada vez mais, o Capel�o ainda que pouco satisfeito de recusar o doente seu testamento continuou a admoest�-lo para se confessar e sacramentar-se; ao que repugnou muitas vezes dizendo: n�o era ainda tempo e quando fosse ele teria o cuidado de o chamar, com cuja resposta se afligiu e desconsolou muito o Capel�o supondo ao enfermo impenitente ou remitente, vendo a doen�a em crescimento cada vez mais.

O tempo, por�m, ou o sucesso mostrou o contr�rio com evid�ncia de mist�rio superior, merecido talvez de alguma devo��o particular da rainha dos anjos Maria Sant�ssima e foi o caso.

Chegando um dia, de s�bado, muito antes que rompesse o dia, se p�s a p�, e se vestiu com um dos melhores vestidos, que tinha, e p�s-cabeleira, e o espadim a cinta (e n�o cause isto maravilha para aquele tempo em que todos os mais homens se trajavam parcamente com os vestu�rios sertanistas, e deste sempre vestindo como no corte, com vestidos ricos) e mandou dizer ao Capel�o ao romper do dia, que era tempo de ouvir confessar, e sacramentar.

O que ouvi o Capel�o com J�bilos de alegria, vindo prontamente e o confessou, percebendo com toda a perfei��o, ju�zo e talento de corte, como sen�o estivesse tanto tempo enfermo, e mandou armar altar no mesmo aposento, onde disse missa, e a ouviu o enfermo de joelhos, e recebeu o sacramento.

Acabando o ato se despediu e deitando-se na cama, pediu ao Capel�o lhe assistisse com cuidado, que era chegado o tempo da sua partida, e entrou na agonia acabando a vida com graves demonstra��es de predestinado, que sem d�vida seria, pois era homem caritativo, de bom �nimo, liberal, e de bem fazer, isento de soberanias, a que inclina a riqueza, e respeito que sempre logrou em sua vida.









Capit�o

�Jos� de Camargo Paes�





Corriam os anos de cent�ria setecentista e longe iam os tempos das lutas e desfor�os envolvendo a Paulistas e Emboadas, lutas frutos das intromiss�es de in�meros aventureiros e oportunistas l� atra�dos pelas perspectivas de enriquecimento r�pido. Tamb�m o envio de representantes do governo colonial �s Minas Gerais, com o objetivo de organizar a minera��o e proceder a quintagem de ouro real concorreu sobremaneira para os entreveres entre Paulistas e Reinos.

N�o obstante essas dificuldades, alguns Paulistas l� permaneceram, constitu�ram fam�lia, fundaram novos arraiais. Entre os que l� permaneceram, conta-se que um dos tios do Capit�o Jos� de Camargo Paes, Jo�o Lopes de Camargo, ali se fixou, definitivamente, em 1713, vindo a comandar um ter�o dos auxiliares de Pitanguy e vindo a falecer em S�o Sebasti�o do Para�so, em 1756.

Outros, por�m, enriqueceram nas minas e, saudosos de seus lugares de origem, retornaram �s antigas pousadas, para viverem tranq�ilamente com o cabedal amealhado ap�s duros sacrif�cios. Entre esses, podemos citar os Irm�os Pedrosos de Barros, os irm�os Manuel, Francisco e Antonio Rodrigues Penteado e o Coronel Thomaz Lopes de Camargo.

Este �ltimo retornou a Cotia onde a essa �poca existia um reduto do cl� dos Camargos, muitos dos quais possu�am in�meras propriedades agr�colas e controlavam a pol�tica local. Foi por essa �poca, precisamente, 1713, que o Coronel Estevam Lopes de Camargo mandou erigir a atual Matriz de N.S. do Monte Serrat. Anteriormente, esta imagem era venerada em uma capela erigida por Fern�o Dias Paes e Gaspar de Godoy Moreira. A atual matriz de Cotia foi curatelada pelo Bispo do Rio de Janeiro D. Francisco de S�o Jer�nimo e seu primeiro p�roco foi o padre Matheus Latraia de Le�o.

Prosseguindo em nossas averigua��es, descobrimos que entre os filhos do Coronel Thomaz Lopes de Camargo o Capit�o Jos� de Camargo Paes foi o que mais se destacou na vida p�blica, sendo de presumir que se deva isto ao fato de ter ele sido educado pelos jesu�tas que mantinham atividades catec�menas e educadoras naqueles s�tios. Essa nossa assertiva � suportada, como iremos ver adiante, pela atua��o do Capit�o Jos� de Camargo Paes, nos diversos cargos que ocupou.

O Capit�o Jos� de Camargo Paes nasceu em Cotia, tendo se casado em 1757 na Igrejinha at� hoje (1977) existente na aldeia de Carapicu�ba, com B�rbara Paes de Barros.

Essa informa��o comparece em Silva Leme vol. I e podemos comprov�-la atrav�s da reprodu��o aqui dos assentamentos que pertenceram � Par�quia de Santana de Parna�ba, hoje recolhidos aos arquivos da C�ria Metropolitana de S�o Paulo a n�s, gentilmente, cedidos pelo Dr. Francisco Alberto Veiga de Castro, que os copiou pessoalmente.

Por esse documento, muito caro para n�s, vamos reproduzir os assentamentos, em sua �ntegra, como segue:

�livro de casamentos do ano de 1757 da Parochia de Pernahyba, fls. 187, verso: Jos� de Camargo Paes com Barbara Paes de Barros...aos quinze dias do m�s de fevereyro de mil sette centos cinq�enta e sette annos com provizam do excellentissimo senhor Dom Frey Antonio de Madre de Deus bispo desta Diocese, que se me apresentou para celebrar-se este matrim�nio na Cappela dos Reverendos Padres da Companhia da sua Aldeya de Sam Juam de Carapicuyba nesta ditta Cappela pelas onze horas da manh� pouco mais ou menos com licen�a minha e presen�a do reverendo Padre Mestre Manoel Pimentel, da companhia de Jesus, superior da Villa Aldeya, se recebeu por palavras dizente na forma do sagrado Concil Trident e Consist. Precedendo provizam do Reverendo Senhor Doutor Vig�rio Geral, Jos� de Camargo Paes, natural e batizado na Freguesia de Monserratte do Cottia, onde he morava, filho leg�timo de Thomaz Lopes de Camargo e de Paula da Costa Paes, j� defuntos, com Barbara Paes de Barros natural e batizada na Freguesia de Sam Paulo e moradora nesta freguesia da Pernayba filha leg�tima de Antonio Rodrigues Penteado, e de Rosa Maria; foram testemunhas alem de v�rias pessoas que se achavam presentes, Francisco de Camargo Paes, homem casado, Luiza de Camargo Paes, melher de Antonio Fernandes Nunes da Freguesia do Cottia, Thereza de Jesus, digo Josefa Paes, mulher de Salvador Furtado da mesma Freguesia do Cottia e Antonio Corr�a Lemos, homem casado desta Freguesia de Pernayba, e logo no mesmo dia, m�s e hora receberam os dittos contrahentes as bensoesns, que a igreja determina, de que fa�o este assento, em que me assiguo com as duas testemunhas abayxo assignados assistindo eu tamb�m a celebra�am do mesmo matrim�nio.

Dia, m�s e anno, esta supra o vig�rio Manoel Mendes de Almeyda, Antonio Correa Lemos, Francisco de Camargo Paes�.

O Padre Manoel Mendes de Almeyda, formado em Canones, protonot�rio, vig�rio colado de Santana de Parnaiba, toma posse a 26 de julho de 1739 e l� morreu a 20 de abril de 1782, sendo substitu�do pelo seu coadjutor, Padre Jos� Rodrigues de Oliveira. Antonio Fernandes Nunes Portugu�s compareceu em S.L. vol. I pag. 28l, quando menciona sua mulher, ser ela filha de Thomaz Lopes de Camargo.

O Capit�o Jos� de Camargo Paes ap�s seu casamento morou durante algum tempo em Cotia, onde nasceram seus filhos; posteriormente, mudou-se para S�o Paulo aonde veio a falecer a sua mulher B�rbara Paes de Barros, tendo sido inventariada em 1773.

Durante o tempo em que morou em S�o Paulo exerceu cargos p�blicos, tendo sido Ouvidor no Processo do Caetaninho, por volta de 1781.

Parece-me conveniente uma breve explana��o sobre o que consistiu a culpa do infeliz Caetaninho. S�o Paulo teve na Segunda metade da era setecentista um dos mais deplor�veis Capit�es Generais que exerceram a Governan�a da Capitania. Refiro-me a Martim Lopes Lobo de Saldanha, que al�m das muitas injusti�as e desmandos que praticou, atuou em causa pr�pria como Juiz do fato assassinando juridicamente o Caetaninho.

Pois bem, no dia 16 de setembro, a comitiva do Capit�o General, que se encontrava inspecionando os reparos do caminho do mar, � tardezinha, findo os trabalhos, escolheu na fazenda dos padres Beneditinos um local chamado S�o Caetano, para pousar, tendo o pessoal em tr�nsito e os moradores daquele s�tio, ap�s o jantar, improvisado um fandango. Pelas tantas, desconhecem-se os motivos o trombeta do regimento dos volunt�rios reais desentendeu-se com o filho do Capit�o-General Antonio Lobo de Saldanha, de quem era companheiro de orgias, ferindo-o com uma faca, motivo pelo qual foi preso e julgado em um simulacro de julgamento, ap�s o qual foi executado em cadafalso.

Em 1793 o Capit�o Jos� de Camargo Paes, contraiu segundas n�pcias em Itu, com Ignacia de Arruda, vi�va de Antonio Soares da Costa. Ap�s este segundo casamento mudou-se para a ent�o Freguesia de Campinas de Matto Grosso, (atual Campinas) onde vemo-lo em 1797, participando ativamente do cen�rio pol�tico desta localidade.

No alvorecer do ano de 1797 iniciou-se naquela Freguesia um movimento autonomista visando sua emancipa��o da c�mara de Jundia�, tendo sido ent�o preparada uma peti��o onde o vig�rio Joaquim Jos� Gomes encabe�ava a lista seguida em segundo lugar pelo Capit�o Jos� de Camargo Paes e mais quarenta e sete subscritores. Junto com essa peti��o segue uma certid�o passada pela vigararia da exist�ncia de �61 HOMENS BONS�, inscritos na documenta��o referente �s solenidade oficiais de instala��o da Vila e de investiduras nos cargos do conselho.

O resultado n�o se fez por esperar e a 14 de dezembro de 1797, por for�a de uma portaria do Capit�o-General da capitania de S�o Paulo, realizou-se solenidade da institui��o comunal.

Veio � Campinas de Matto Grosso o Ouvidor-Geral da comarca, Dr. Caetano Lu�s de Barros Monteiro, sob cuja presid�ncia e em presen�a de Juiz Presidente e oficiais da c�mara de Jundia�, reuniram-se a nobreza e o povo do lugar, mandando o Ouvidor-Geral que se apregoasse em altas vozes a ere��o desta povoa��o em Vila com a denomina��o de S�o Carlos.

Foi levantado, bem no centro do Largo da Matriz um Pelourinho que consistia em um �Pau de Cabre�va Oitavado�, demarcou-se o local os �Pa�os do Conselho e Cadea ficando-se Tr�s Estacas em Sinal de Onde h� de Principiar a Obra�, declarou-se o rossio, que o territ�rio das institui��es da Justi�a e da administra��o.

Em 15 de dezembro realizou-se a elei��o do Conselho. E ent�o os HOMENS BONS as mais conceituadas pessoas como eram tratadas aquelas �pocas, procederam � escolha dos Juizes Ordin�rios, Vereadores, e Procurador da primeira c�mara de Campinas.

Obteve vota��o, un�nime para Juiz Ordin�rio o Capit�o Jos� de Camargo Paes, nome com o qual o vig�rio Joaquim Jos� Gomes havia iniciado a lista dos Homens Bons, ex-ouvidor de S�o Paulo, anci�o de enorme conceito, tronco de numerosa e nobre gera��o Campineira e Tieteense.

O Juiz companheiro foi o primeiro advogado de Campinas Dr. Jos� Barbosa da Cunha, Bacharel em Coimbra (Portugal), posteriormente preso a Fortaleza de Santos por motivos pol�ticos.

Eleitos os Juizes e Vereadores, preparavam-se eles para assumir os seus mandatos, quando o Ouvidor-Geral manifestou-lhes o desejo do Capit�o-General da Capitania, Antonio Manuel de Mello Castro e Mendon�a, de ver um seu protegido e filho de Jundia�, de nome Raimundo �lvares, inclu�do na listra tr�plice composta pelos juizes mais votados o que significa sua virtual escolha para Capit�o-Mor da Nova Vila de S�o Carlos.

Por�m a altivez da rija fibra Campineira falou mais alto, recusando-se, obstinadamente e manter ao desejo indecoroso do Capit�o-General da Capitania, visando integrar no mais alto posto da administra��o civil e militar um intruso e aventureiro.

O Ouvidor-Geral, por sua vez, tamb�m se recusou a dar posse aos camaristas e voltando a S�o Paulo relatou os fatos que levaram o Capit�o-General ordenar a dissolu��o da primeira c�mara e realiza��o de nova elei��o.

Aos 26 de abril de 1798 nova c�mara � eleita e empossada, em se��o realizada na casa residencial do Juiz Presidente Alferes Antonio de Camargo Penteado, filho do Capit�o Jos� de Camargo Paes.

Ao findar o mandato destes camaristas, nova elei��o foi procedida, cuja posse deu-se a 1� de janeiro de 1799, pelos seus componentes de grande prest�gio: Juiz Ordin�rio Presidente, Capit�o Jos� de Camargo Paes, que havia j� sido eleito na primeira e dissolvida c�mara, demonstrando o seu prest�gio, n�o obstante, sua avan�ada idade.

Em 1801 encontramos o velho Capit�o, batizando seu primeiro neto, Antonio Gon�alves de Camargo Penteado, primog�nito do seu filho mais velho o Capit�o das Ordenan�as Jos� de Camargo Penteado, pol�tico de prol em Porto Feliz e do qual iremo-nos ocupar no pr�ximo cap�tulo desta nossa peregrina��o ao tempo de nossos antepassados.

Foi esse nosso quinto av�, que teve como j� visto no sobrenome �PAES�, bem como foi ele que na maioria dos seus filhos acresceu o �PENTEADO�, sobrenome este do seu sogro Antonio Rodrigues PENTEADO.



Tendo sido falecido em Campinas em 11 de setembro de 1804.







O Capit�o Jos� de Camargo Paes, casado duas vezes, teve filhos apenas com a primeira esposa, conforme segue:





















1- �CAP. DE ORDENAN�AS JOS� DE CAMARGO PENTEADO�;

2- Alferes Antonio Pompeu de Camargo Penteado;

3- �Reducindo de Camargo Penteado� casado com Antonia Gon�alves de Arruda Oliveira, av�s de Jos� Ribeiro de Camargo, um dos fundadores de Ja� (SP);

4- Capit�o-Mor Floriano de Camargo Penteado;

5- Gertrudes de Camargo Penteado;

6- Manoela de Camargo Penteado;

7- Capit�o Joaquim de Camargo Penteado;

8- Anna Esmeria de Camargo;

9- Thereza de Camargo Penteado e

10- B�rbara Paes de Barros.







Capit�o de Ordenan�as

� Jos� de Camargo Penteado�





Este membro de ascend�ncia direta em quinto grau, como vimos, anteriormente, foi primog�nito do velho Capit�o Jos� de Camargo Paes. Nasceu na ent�o Vila de Cotia, em data desconhecida, embalde os nossos esfor�os em localiz�-la. Viveu Jos� de Camargo Penteado na Vila de Cotia at� a mudan�a para S�o Paulo onde como visto anteriormente seu pai exerceu o cargo de Ouvidor.

Notem os senhores descendentes do Capit�o Jos� de Camargo Penteado, o retorno dos Camargos, havendo um pequeno hiato quando se dedicaram mais �s atividades sertanistas.

A esta altura, este trabalho resumir-se-� em ordenar as pegadas do Capit�o Jos� de Camargo Penteado tomando como base informa��es amealhadas e dispostas de modo a obedecer a um crit�rio cronol�gico.

O Capit�o de Ordenan�as Jos� de Camargo Penteado casou-se em Itu, em 1790 com Anna Joaquina de Arruda, filha de Antonio Gon�alves de Barros e de Rita Pompeu Paes.

Por raz�es atinentes � preciosidade deste trabalho e outras de ordem sentimentais, as quais nos mant�m ligados � mem�ria de nossos maiores, anexamos c�pia da certid�o de casamento nesta mat�ria.

Provavelmente dada �s distancias e os prec�rios meios de locomo��o da �poca que pese os velhos Paulistas andarilhos not�veis, fato � que o velho Capit�o Jos� de Camargo Paes n�o assistiu a este casamento, pois n�o consta sua assinatura nos assentamentos.

Jos� de Camargo Penteado talvez tenha morado no princ�pio da sua vida conjugal em Itu, por�m vamos encontr�-lo morando em Campinas por volta de 1800.

Em 1801 batizou seu primog�nito Antonio Gon�alves que teve por padrinho o seu av� paterno.

Um grande lapso de anos passados at� que conseguimos localiz�-lo novamente em 1822 onde o nome de Jos� de Camargo Penteado aparece em pap�is pol�ticos da C�mara de Porto Feliz (SP) e onde se encontra morando naquela data. Em 1822 sabemos que assistiu ao casamento do seu primog�nito Antonio Gon�alves de Camargo o qual compareceu como fregu�s de Capivary. Erecta aquela Freguesia em 1822 somente em 1833 foi desligada de Porto Feliz e em cujos documentos do evento comparece a assinatura de Jos� de Camargo Penteado.

No mesmo ano de 1822 temos not�cias que o Capit�o de Ordenan�as Jos� de Camargo Penteado e um dos co-assinantes da ata de verean�a da c�mara de Porto Feliz de 12 de outubro confirmando a ades�o desta comarca a Independ�ncia do Brasil e reconhecendo D. Pedro I como o Primeiro Imperador do Brasil.

Novamente seu nome comparece no cen�rio pol�tico de Porto Feliz em 1825 onde rubricou os livros para as elei��es naquela comarca.

Mais al�m por volta de 1834 ficamos sabendo que foi padrinho do seu primeiro neto Jos� Braulio de Camargo Penteado, filho do seu s�timo filho Capit�o Joaquim de Camargo Penteado.

O Capit�o de Ordenan�as Jos� de Camargo Penteado faleceu em Tiet�, no ano de 1857.



Capit�o de Ordenan�as Jos� de Camargo Penteado, casou-se duas vezes, sendo em primeira n�pcias com Anna Joaquina de Arruda, com a qual tiveram nove filhos, e em segunda n�pcias com Anna de Almeida Bueno, dois, os quais seguem:











1. Capit�o Antonio Gon�alves de Camargo;

2. Francisco de Camargo Penteado;

3. Maria Annuncia��o de Camargo;

4. Anna Joaquina de Arruda;

5. Maria Clara de Camargo;

6. �JOS� DE CAMARGO PENTEADO�;

7. Capit�o Joaquim de Camargo Penteado;

8. Gertrudes de Camargo (casou-se com Jer�nimo Pedroso de Barros, o qual era filho do Capit�o Bernardo Bicudo Chassim, da Infantaria Auxiliar de Ara�ariguama);

9. Francisca de Camargo Penteado;

Da Segunda mulher

10. Manoel de Camargo Penteado e

11. Eduardo de Camargo.












�Jos� de Camargo Penteado�









Casou-se com Maria de Arruda Leite, filha de Garcia Rodrigues Bueno e por este vinha a ser a s�tima neta de Bartholomeu Bueno da Ribeira �O Sevilhano�, e de Francisca Leite de Arruda, sendo neta paterna de Maximiliano de Oliveira Bueno e de Maria Cust�dia Bueno e pelo lado materno de Ignacio Leite Penteado e Maria Furquim de Almeida Prado. Casou-se pela segunda vez com Maria Pires, que era bisneta materna da �ndia batizada por Pe. Anchieta com o nome de Antonia, e por Antonia era trineta do Cacique Piguerobi �Maioral de Uruguai�. Faleceu em Tiet�, sp. aos 22/06/1907.





Jos� de Camargo Penteado s� teve filhos com a primeira esposa, os quais relacionamos abaixo:













1. Jos� Bueno de Camargo Penteado (casado com Thereza Ferraz de Almeida Prado);

2. Antonio Bueno de Camargo Penteado;

3. Jo�o de Camargo Penteado;

4. �FRANCISCO DE CAMARGO PENTEADO�;

5. Joaquim de Camargo Penteado;

6. Evaristo de Camargo Penteado;

7. Hon�rio de Camargo Penteado;

8. Ana de Camargo Penteado (casada com seu primo Joaquim Almeida Campos) e

9. Candida de Camargo Penteado (casada com Thomaz Cornelio de Moraes.











Capit�o Jos� Ribeiro de Camargo

�Juca�





O primeiro descendente dos Camargos a vir para Ja� (antigamente escrevia-se �JAHU�), sendo considerado um dos fundadores dessa cidade.

Capit�o Jos� Ribeiro de Camargo era natural de Itu, onde nasceu em 1.822, filho do Sargento-Mor Jos� Ribeiro do Prado ou de Ara�jo, como tamb�m assinava e de Maria Ang�lica de Camargo. Pelo lado paterno eram seus av�s Jo�o do Prado natural de Oliven�a, prov�ncia de Alentejo, Portugal, casado com Felipa Vicente.

Casou-se ainda muito jovem, tinha 18 anos, com sua prima Thereza Leite Penteado Paes de Barros de 16 anos, em Indaiatuba (SP), filha de Fernando Paes de Barros e Izabel de Campos Penteado. Ap�s o casamento seguiram para Rio Claro (SP), onde fora tomar conta do engenho de a��car e da fazenda de cana denominada Morro Azul, que pertencia ao seu sogro.

Mas o seu instinto da ra�a brasileira, da qual ele descendia por ambos tronco paterno e materno �Tibiri�a e Piqueroby�, que acordava no seu intimo, no seu subconsciente, despertando-lhe o inato espirito de independ�ncia, tornando-o sens�vel � sedu��o da mata virgem, era �chamamento do sert�o�.

Ap�s a safra de cana no ano de 1.847 ou 1.848, comunicou a esposa que n�o mais ficaria naquele lugar e iria �possear� terras no sert�o e posteriormente veria busc�-la juntamente com os filhos.

Depois de percorrer por v�rios meses o sert�o, demarcou a sua �rea que passou a denominar Fazenda Iguatemi, uma extens�o aproximadamente de 5.000 alqueires.

Demais dados, anexo.













�Francisco de Camargo Penteado�



Nasceu em Tiet� (SP) no ano de 1.831, casou-se em Piracicaba (SP) em 19 de janeiro de 1.855, vindo posteriormente residir em Ja� (SP), onde foi agricultor, falecendo em 19 de novembro de 1.924.

Casou-se com Maria Ferraz de Almeida Prado, natural de Capivari, filha de Joaquim Ferraz de Almeida e Antonia de Almeida Prado. Sendo neta paterna de Jo�o Ferraz Castanho e Ana Antonia Mendes de Almeida, bisneta de Jo�o Ferraz de Campos e Rosa Maria de Siqueira; sendo neta materna de Jo�o de Almeida Prado �O Coluna�.

A partir desse nosso tatarav�, colocou-se no sobrenome o FERRAZ, sendo tamb�m abolido o PENTEADO, que posteriormente seria novamente usado por alguns, para diferenciar-se um parente do outro.



O casal teve os seguintes filhos:



1. Maria Ferraz de Camargo, casada com seu primo Elias Ferraz de Almeida Prado, este, filho de Louren�o de Almeida Prado e de Anna Ferraz de Almeida Prado;

2. �JOAQUIM FERRAZ DE CAMARGO�, casado com Jovita Furquim Pereira, Filha de Joaquim Furquim Pereira e de Antonia Rodrigues de Carvalho;

3. Sebastiana Amalia Ferraz de Camargo, casada com Francisco Bernardes da Costa, este, filho de Joaquim Bernardes da Costa e Josephina Abrantes;

4. Francisco Ferraz de Camargo, casado 2 vezes; a primeira com Anna Candida Corr�a Leite, filha de Antonio Corr�a Leite e Maria da Concei��o Ferraz Prado, e a segunda com Anna Claudina da Costa Carvalho, filha de Marcelino da Costa Carvalho e Francisca Maria de Oliveira e Silva;

5. Jos� Ferraz de Camargo casou-se com sua prima Thereza Ferraz de Assis Bueno, filha de Antonio de Assis Bueno e de Anna (ou �urea) Ferraz de Arruda;

6. Elias Ferraz de Camargo, casado pela primeira vez com Francisca de Almeida Prado, filha de do Coronel Bento Louren�o de Almeida Prado e de Maria Gomes Coelho, e a 2�, com Branca de Mello, filha de Balduino de Mello Castanho Sobrinho e sua 2� esposa, Thereza de Almeida Mello, e

7. Pedro Ferraz de Camargo.



�O COLUNA DE ITU�



CAPIT�O MOR DE ITU JO�O DE ALMEIDA PRADO



Era chamado �O Coluna de Itu�, por seus feitos militares. Foi ainda, �Cavalheiro do H�bito de Cristo e Prior jubilado da Ordem Terceira do Carmo�, t�tulos que conquistou merc� da grande estima e prest�gio social, ao seu tempo.

Nasceu em Itu a 22 de setembro de 1.767, casou-se a primeira vez com Anna de Almeida Pedroso em outubro de 1.792, na Igreja Matriz de Itu, ela filha do Ajudante Jo�o de Almeida Pedroso, �O Mo�o�, e de Isabel Caetana do Pilar. A segunda com Anna Brandina de Lara G�es e Aranha, na mesma Matriz de Itu, no ano de 1.816, filha do Capit�o Mor de Itu Vicente da Costa Taques G�es e Aranha e de Alda Brandina do Mello Rego.

Faleceu em 20 de dezembro de 1.835 em Itu (SP).



Teve dos dois casamentos 20 (vinte filhos), sendo 10 (dez) em cada um, conforme segue:



1. Capit�o Francisco de Almeida Prado �O Chapa�, pai do Bar�o de Itaim;

2. Maria de Almeida Prado;

3. Elias de Almeida Prado;

4. Louren�o de Almeida Prado;

5. Jo�o Tibiri�a Piratininga;

6. Jos� de Almeida Prado;

7. Antonio de Almeida Prado;

8. Anna de Almeida Prado;

9. Izabel de Almeida Prado;

10. ANTONIA DE ALMEIDA PRADO;

11. Vicente de Almeida Prado;

12. Francisco de Paula Almeida Prado;

13. Louren�o de Almeida Prado;

14. Jo�o de Almeida Prado;

15. Pedro de Almeida Prado;

16. Alda Brandina de Almeida Prado;

17. Leonor de Almeida Prado;

18. Anna Brandina de Almeida Prado;

19. Gertrudes de Almeida Prado e

20. Thereza de Almeida Prado.



Dos filhos do primeiro casamento, o terceiro, Tenente-Coronel Elias de Almeida Prado mudou-se para Piracicaba (SP), onde passou a se dedicar � lavoura de cana-de-a��car; o neto Jo�o Tibiri�a Piratininga, que tem o mesmo nome do pai e seu quinto filho, e que foi quem presidiu a �Conven��o de Itu�, fixou-se em Indaiatuba, o mesmo ocorrendo com o sexto filho e pai da baronesa de Itaim. E a �ltima ANTONIA, veio para Ja�, onde deixou v�rias gera��es. J� dos filhos do segundo casamento, Vicente, Francisco de Paula, Louren�o, Jo�o e Leonor, por volta de 1.858 estavam residindo em Ja�, onde, os quatros primeiros irm�os e mais dois cunhados abriram a fazenda Pouso Alegre e muito contribu�ram para o povoamento do munic�pio.





















�JOAQUIM FERRAZ DE ALMEIDA�



Era casado com ANTONIA DE ALMEIDA PRADO, esta nascida em Itu a 31 de dezembro de 1.812 e falecida em Ja� a 28 de janeiro de 1.862. Casou-se em Itu no de 1.829 e tiveram os seguintes filhos:



1. Anna Ferraz de Almeida Prado;

2. �MARIA FERRAZ DE ALMEIDA PRADO�;

3. Jo�o Ferraz de Almeida Prado e

4. Thereza Ferraz de Almeida Prado (casada com Jos� Bueno de Camargo Penteado).





























�Joaquim Ferraz de Camargo�





Nasceu em Ja� (SP) no m�s de abril do ano de 1861, agricultor, sua propriedade era localizada no Bairro de Pouso Alegre de Baixo, onde era conhecido por Camarguinho, tamb�m como o seu pai, n�o se envolveu em pol�tica. Casou-se com Jovita Furquim, filha de Jo�o Furquim Pereira e Antonia Rodrigues de Carvalho. Ambos faleceram em Ja�, sendo ele em 06-06-1917 e ela em 10-06-1942.



O casal teve os seguintes filhos:





1. �THEOT�NIO FERRAZ DE CAMARGO�, casado com Lilia Barroso de Souza;

2. L�zaro Ferraz de Camargo;

3. Pedro Ferraz de Camargo, casado com Maria Ol�mpia de Almeida Prado;

4. Leonidia Ferraz de Camargo, casada com Oscar de Souza Galv�o;

5. Maria Ferraz de Camargo, casada com Hernando Vilela;

6. Jos� Ferraz de Camargo, casado com Maria de Lourdes Pacheco;

7. Bhertilia Ferraz de Camargo, casada com Homero Barroso de Souza;

8. Olivia Ferraz de Camargo, casada com Jos� Martins;

9. Elvira Ferraz de Camargo, casada com Edgar Fraga Moreira;

10. Nelson Ferraz de Camargo;

11. Alcidia Ferraz de Camargo;

12. Jaci Ferraz de Camargo, casada com Breno Freitas Guimar�es e

13. Euclides Ferraz de Camargo.













�Theot�nio Ferraz de Camargo�









Natural de Ja� nasceu em 18 de fevereiro de 1891, foi agricultor em Pouso Alegre de Baixo e Bairro da Estrela, vila de Ja�, tamb�m procurou n�o se envolver em pol�tica. Casou-se com Lilia Barroso de Souza, nascida na Fazenda S�o Francisco, de propriedade de seu av� Anast�cio Fernandes Barroso, na �poca Santa Thereza, hoje Rio das Flores (RJ) em vinte e cinco de janeiro de 1901 e falecida em vinte de mar�o de 197l (irm� do pol�mico Amaury Barroso de Souza), filha de H�rcules de Souza e Maria Barroso. Faleceu em seis de janeiro de 1954.







O casal teve os seguintes filhos:











1. Maria de Lourdes Ferraz de Camargo, casada com Gilvecio Gon�alves da Silva;

2. Jovita Ferraz de Camargo, casada com Sebasti�o Barroso de Almeida Prado;

3. Z�lia Ferraz de Camargo;

4. Myrthes Ferraz de Camargo, casada com Milton Prado Lyra;

5. Dilza Ferraz de Camargo, casada com Paulo Prado Sampaio e

6. �DARCY FERRAZ DE CAMARGO�, casado com Danyr Zanzini.











� Darcy Ferraz de Camargo�







Natural de Ja�, nascido em quatro de novembro de 1932, aposentou trabalhando no Banco do Brasil S/A, casado em primeiras n�pcias com Danyr Zanzini, filha de Leonildo Zanzini (filho de Santo Zanzini e Angelina Ramanzzini, neto paterno de Gaetano Zanzini e Tereza Paganotti e neto materno de Giosu� Ramazzina e Filomena Carassini) e Percedes Maria Fregolente (filha de Jos� Fregolente e Pierina Massinatori, neta paterna de Inoc�ncio Fregolente e M�nica Vila Nova, de nacionalidade Italiana e pelo lado materno, Paschoal Massinatori e Margarida Fagyan, ambos tamb�m Italianos); nas diversas pesquisas realizadas, os sobrenomes Zanzini e Ramanzzini, o correto na It�lia � Zonzin e Ramazzina. Conforme certid�es de nascimento os nomes corretos de seus av�s s�o: SANTO ALESANDRO ZONZIN E ANGELA THEREZA RAMAZZINA, e em segunda com Domingas Aparecida Piotto, filha de Jo�o Piotto e Rosa Piovesan. Faleceu em vinte de mar�o de 1989.



Darcy Ferraz de Camargo em seu primeiro casamento com Danyr Zanzini, tiveram dois filhos, e do segundo com Domingas Aparecida Piotto quatro conforme segue;









1. �AMAURY HERCULES FERRAZ DE CAMARGO�, casado com Marta Sueli Ceccato;

2. Lilia Maria Ferraz de Camargo, casada e desquitada de Paulo Roberto Mendes Meibanch do Nascimento;

E do segundo casamento:

1. Darcy Ferraz de Camargo J�nior;

2. Eliana Ferraz de Camargo, casada com Admilson Morandi;

3. Teotonio Ferraz de Camargo, casado com Silvia Helena Durante e

4. Fernando Ferraz de Camargo.

















�Amaury Hercules Ferraz de Camargo�





Nasceu em Ja�, SP em 21 de setembro de 1950, primeiro neto de Leonildo Zanzini e Maria Percedes Fregolente, sendo tamb�m primeiro bisneto de Santo Alessandro Zonzin e �ngela Thereza Ramazzina; Zonzin, procedentes Cerea, regi�o de Verona It�lia. Casado com Marta Sueli Ceccato, filha de Roque Ceccato e Therezinha da Costa, neta paterna de Guido Guilherme Ceccato (filho de Giusepe Ceccato e Anunciata Tolomio) e Alexandrina C�namo (filha de Nicola C�namo e Lav�nia Turra), italianos da regi�o de P�dua; pelo lado materno, neta de Firmino da Costa (filho de Jos� da Costa e Gl�ria Pereira), portugueses da regi�o de Tr�s-os-Montes, Vila Real, e Ana Franz�o (filha de Jo�o Franz�o e Maria Mambrina), italianos. Tamb�m procurou n�o se envolver diretamente em Pol�tica. O �nico cargo de destaque que ocupou, foi de Vice-Presidente do Conselho Deliberativo e Diretor Presidente de um clube de lazer denominado Cai�ara Clube de Ja�.



Amaury Hercules Ferraz de Camargo e sua mulher Marta Sueli Ceccato, tiveram tr�s filhos:







1. Luciana Ferraz de Camargo;

2. Estev�o Ferraz de Camargo e

3. Daniela Ferraz de Camargo.



















COMO SE TRANSPORTOU DE Itu PARA JA� A IMAGEM DE NOSSA SENHORA DO PATROC�NIO





Dos cronistas do Ja�, � Sebasti�o Teixeira o mais antigo e, incontestavelmente, o que merece mais cr�dito, pois conviveu longos anos com protagonistas de fatos ligados aos prim�rdios de nossa terra e deles ter� ouvido, in�meras vezes, a narra��o desses mesmos fatos..

Em sua mem�ria �O Ja� em 1.900�, publicado por ocasi�o da passagem do s�culo, narra ele a hist�rica reuni�o havida em casa de L�cio de Arruda Leme, na qual ficou decidida a funda��o do povoado de Ja�.

A casa de Arruda Leme era, provavelmente, um rancho de pau � a pique , barroteado e coberto de sap�, e situava-se no meio da mata, mais ou menos no lugar onde hoje se ergue o pr�dio da Associa��o Comercial e Industrial, na rua Amaral Gurgel , esquina da rua Edgard Ferraz..

1-) o capit�o Jos� Ribeiro de Camargo que, desde...1850, j� vivia com a sua fam�lia em Iguatemy, como o denominava as terras de que se apossava dois anos antes, em 1848, as quais, seguindo a margem esquerda do Ribeir�o Trindade, se estendiam desde a sua embocadura no Tiet� at� �s cabeceiras, e de onde seguiam pelo espig�o, at� encontrar o atual ribeir�o Itapu� e por este at� o Tiet�, num total de mais de 5.000 alqueires ;

2-) o Tenente Manoel Joaquim Lopes que, desde 1837 se havia apossado das terras situadas na margem direita do ribeir�o S�o Jo�o � no atual bairro de Banhar�o Velho � desde as cabeceiras at� a sua conflu�ncia com ribeir�o Ave Maria, estendendo-se at� as margens do atual c�rrego da Figueira, que atravessa a parte oeste da cidade do Ja�;

3-) Francisco Gomes Bot�o que havia comprado a posse de Antonio Dutra, compreendida entre o rio Jahu , nas imedia��es da atual esta��o de Marambaia; e, finalmente, al�m de Lucio de Arruda Leme em cuja casa se realizava a reuni�o � dela tamb�m compartilhava Bento Manoel de Morais Navarro, de Itu , amigo e parente do capit�o Jos� Ribeiro de Camargo, cuja fazenda do Iguatemy se achava hospedado .

Durante a reuni�o o Capit�o Jos� Ribeiro de Camargo oferecera terras a margem do Tiet�, nas imedia��es do atual Porto Ribeiro , para localiza��o do futuro povoado, visto que, n�o havendo estradas nesta regi�o, completamente despovoada e sujeita as incurs�es dos tem�veis �ndios Coroados, que ainda viviam nas terras da margem esquerda do Tiet�, mais f�cil seria a comunica��o por �gua com Itu que afora Brotas, com a qual estes se ligavam por trilhos de ca�a � longo do rio Jahu, - era a cidade mais pr�ximo e da qual dependiam. A proposta redarg��ram o Tenente Lopes , Gomes Bot�o e Lucio de Arruda Leme, alegando que a localiza��o do povoado no Porto Ribeiro n�o lhes traria facilidade, por ficar muito distante; e que, se haviam abrir um caminho, na mata, at� l�, mais pr�tico seria ent�o abrirem um picad�o seguindo os carreiros das antas, no vale do rio Jahu, at� a Capela de Brotas, que lhes ficava mais pr�xima do que Itu. O Tenente Lopes e Gomes Bot�o ofereciam tamb�m 40 alqueires de terras, cada um, � jusante do rio Jahu, desde a embocadura do C�rrego Figueiras para a localiza��o do povoado. O capit�o Jos� Ribeiro de Camargo concordou com essa proposta, ficando decidida ent�o a funda��o do povoado, que por se situar a margem do rio Jahu deveria tomar o nome do rio e chamar-se JAHU.

O Capit�o Jos� Ribeiro de Camargo, em virtude dos conhecimentos de topografia que possu�a, adquiridos no Col�gio S�o Luiz de Itu, onde estudara ficou incumbido de demarca��o da �rea do patrim�nio e de tra�ar na mataria as suas ruas e localizar as �reas da Capela e do cemit�rio. Desta tarefa ele se desincumbiu mais tarde, com a ajuda do Pe. Joaquim Feliciano de Amorim Sigar, que foi o primeiro P�roco de Jahu. Religiosos que eram aqueles ser4tanistas e consoante o costume da �poca, uma vez acertada a funda��o do povoado, mister se fazia dar-lhe um patrono ou uma padroeira. Falou ent�o Bento Manoel de Moraes Navarro e disse que, havia anos j�, ele fizera um voto � Nossa Senhora do Patrocino de Itu, para livrar o seu filho Antonio, perseguido por haver participado como Tenente e ao lado do Padre Antonio Diogo de Feij�, da revolta liberalista de Sorocaba, em 1.842. Havia j[h� algum tempo que Antonio se achava refugiado na fazenda Iguatemi do seu parente e amigo Capit�o Jos� Ribeiro de Camargo, ali presente, para se livrar das persegui��es que ent�o sem ouviam contra as principais cabe�as daquela rebeli�o. Decretada porem a anistia geral dos rebeldes paulistas e tamb�m mineiros, por motivos de casamento de Dom Pedro II . Com dona Teresa Cristina, viera ele visitar o filho, mas agradara-se tanto das terras e daquele sert�o e, mesmo porque o filho j� se achava noivo de dona Maria Justina, filha mais velha do Capit�o Jos� Ribeiro de Camargo, assim que ele resolveu aqui comprar uma posse para nela estabelecer o filho . E assim, em agradecimento � Virgem que livrar� o seu filho, ele que tamb�m j� se considera um dos sertanistas do Jahu, - propunha que se tomasse por padroeira do futuro povoado � Nossa Senhora do Patroc�nio, e que ele ofereceria a imagem que mandaria trazer de Itu, proposta com a qual todos concordaram. Mais tarde adquiriu Bento Manoel a posse da Fazenda S�o Jo�o, de Gomes Bot�o, na qual estabeleceu o seu filho Tenente Antonio Manoel de Moraes Navarro. Voltando em seguida para Itu,la mandou esculpir uma bel�ssima imagem de Nossa Senhora do Patroc�nio, igual a existente no Col�gio de Nossa Senhora do Patroc�nio, daquela cidade, fazendo-a transportar para a Capela de Jahu, em �Bang�� (esp�cie de liteira), pelos escravos que vinham ajudar abrir a posse do S�o Jo�o.

A Imagem foi carregada ao ombro e seguiu o caminho, ou melhor, seguiu o caminho, ou melhor, o picad�o aberto em 1.850 pelo Capit�o Jos� Ribeiro de Camargo, ao longo da margem direita do Tiet�, quando para ca ele se transferiu com a fam�lia. A mulher Dona Thereza Leite Penteado Paes de Barros Camargo, de 26 anos de idade, vinha pelo rio Tiet�, pilotando o batel�o, em companhia das pretas e crian�as, ao passo que o Capit�o com quatro homens pretos, vinha abrindo o picad�o, ao longo do rio, desde a cidade de Itu ate o Porto Ribeiro. Foi por esse picad�o, que Bento Manoel mandou trazer em bang��, ao ombro, a Imagem de Nossa Senhora do Patroc�nio de Jahu, padroeira da nossa cidade.

Essa imagem, de bel�ssimo aspecto, esculpida, em cedro vermelho, com olhos de vidro que parecem naturais, recoberta de manto azul, estrelado e peplum vermelho tamb�m estrelado, pintdo sobre a madeira e conservando at� hoje as cores originais, ampara o menino Jesus no bra�o esquerdo, tendo na direita o cedro. Mede 1 metro mais o menos de altura num pedestal de mais ou menos 40 cent�metros de altura, tamb�m de cedro vermelho e no qual se acham esculpidas tr�s cabe�as aladas de anjos; pesa ao todo perto de 60 quilos.

H� muitos anos, ao que parece por voltas de 1.915 ...Vig�rio, n�o tendo justa compreens�o do valor historia que representava para Jahu essa lind�ssima Imagem, substituiu-a no altar-m�r da Nossa Matriz, por outra mais moderna e que lhe parecia, naturalmente, mais bonita, relegando aquela para um quarto de despejos na Matriz. Dali foi ela levada pelos fieis para a Igreja de Santo Antonio desta mesma cidade. Para reparar essa injusti�a e essa falta de compreens�o do Vig�rio, para com t�o valioso documento hist�rico, o �nico que possu�mos coevo da funda��o da nossa cidade, precioso testemunho de religiosidade e da ardente f� dos nossos maiores nos destinos de nossa terra, para reparar essa clamorosa injusti�a, o Prefeito Os�rio Ribeiro de Barros Neves, retirando a Imagem da Igreja de Santo Antonio Fe-la antagonizar solenemente, n o sagu�o da Prefeitura Muni8cipal de Jahu no dia 25 de agosto de 1.950. Desde ent�o e dali, da Sua Casam, como disse ent�o o Prefeito, esta ela simbolizando a Virgem M�e dos Jahuenses e, como m�e solicita, a velar pela grandeza, prosperidade e bem estar desta cidade e desde povo.



(Obs.: esta mat�ria foi copiada na sua integra, do jornal comemorativo do centen�rio de Ja�, escrita por Os�rio Ribeiro de Barros Neves, em janeiro de 1.953)

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